Sem jogadores de Gaza, Palestina enfrenta o Líbano pelas Eliminatórias da Copa
Originalmente, o jogo estava programado para ser disputado em Beirute, mas o duelo será jogado no estádio de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos.
A partida da Palestina contra a Austrália na terça-feira (21) também será em campo neutro - desta vez no Kuwait.
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Os palestinos geralmente jogam no Estádio Faisal Al-Husseini, na Cisjordânia.
"Tudo mudou depois de 7 de outubro, com o início do conflito em Gaza", disse o gerente de imprensa da Associação de Futebol da Palestina (PFA), Ahmed Rajoub.
"Todas as atividades esportivas pararam completamente na Palestina, e a equipe de futebol foi forçada a se mudar para a Jordânia. O primeiro treinamento real da seleção (...) ocorreu na segunda-feira, em Sharjah, há quatro dias", explicou ele.
"Tivemos algumas sessões de treinamento na Jordânia e, na ausência dos jogadores de Gaza, não foi suficiente para nos prepararmos para uma partida ideal nas eliminatórias", revelou.
Não se fala de futebol, só de guerra
Rajoub disse que a situação em Gaza estava pesando muito sobre os jogadores.
"Simplesmente não conseguimos fazer com que os jogadores se concentrem no jogo quando pessoas são mortas e feridas todos os dias", disse ele.
"Os jogadores não falam sobre futebol, mas sobre a guerra e, quando estão no quarto ou no ônibus, correm para acompanhar os acontecimentos atuais por meio de seus telefones celulares para ver como estão suas famílias, parentes e amigos", acrescentou.
"Mas queremos dizer que, apesar de todos esses problemas e desse período difícil, os jogadores definitivamente querem vencer, por mais difícil que seja", afirmou.
O meio-campista palestino Mohammed Rashid disse que a equipe daria o melhor de si apesar dos pesares.
"É muito difícil manter o foco", disse Rashid. "Acho que não há escolha para nós, por exemplo, adiar o jogo; temos que jogar, então é exatamente por isso que estamos aqui agora", contou o meia.
"Queremos mostrar o nosso melhor e queremos mostrar ao mundo inteiro que somos pessoas, assim como qualquer outro país, que podemos exercer nossos direitos de ser livres e jogar o belo jogo de futebol", concluiu Rashid.