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Chegou a hora? Fluminense busca Libertadores inédita para encerrar trauma de 15 anos

Guilherme Bianchini
Fluminense busca título inédito da Libertadores após 15 anos do vice
Fluminense busca título inédito da Libertadores após 15 anos do viceMarcelo Gonçalves/Fluminense
A data de 2 de julho de 2008 está gravada na memória de cada tricolor que viveu aquele dia. O traumático vice da Libertadores para a LDU nos pênaltis, em pleno Maracanã, deixou feridas que não cicatrizaram até hoje. Quinze anos depois, o Fluminense tem a chance de encerrar esse pesadelo.

O clube vai em busca do título inédito neste sábado (4), às 17h, contra o Boca Juniors, novamente no Maracanã. O estádio já não é mais o mesmo. O Flu oscilou entre épocas vitoriosas e períodos de vacas magras. Jogadores foram embora, outros chegaram. Mas o drama de 15 anos atrás segue presente, agora como um estímulo a mais para conquistar a Glória Eterna.

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“Eu tive a oportunidade e não ganhei. Os jogadores de agora estão tendo a oportunidade de ir lá e entrar para a história do clube. Espero que eles entendam, na mente deles, o que esta partida representa, o que vai ser esta conquista da Libertadores para eles. Se ganhar este título, ninguém mais vai apagar. Vai estar lá registrado no clube o nome de cada um, a foto de cada um. Isso vale a pena”, disse Luiz Alberto, titular do Flu em 2008, em entrevista ao Flashscore Podcast.

Naquela ocasião, o Flu de Thiago Silva, Conca, Thiago Neves, Washington e cia encantou os tricolores. No retorno à Libertadores após 23 anos, o time de Renato Gaúcho chegou à final com uma campanha épica, com direito a classificação histórica nos acréscimos contra o São Paulo e vitória categórica sobre o atual campeão Boca. Assim como em 2023, o Tricolor eliminou apenas vencedores do torneio no mata-mata.

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O desempenho credenciava o Fluminense como favorito na final contra a LDU. Os brasileiros, porém, sucumbiram ao bom time equatoriano e à altitude de Quito no jogo de ida — derrota por 4 a 2. O Tricolor ainda buscou a reação na volta, com hat-trick de Thiago Neves e 3 a 1 de virada. Nos pênaltis, o vice destruiu o sonho dos 86 mil tricolores no Maracanã.

“Quando começo a falar e lembrar de 2008, sinto vontade de chorar. Sinto mesmo. Este está sendo o ano mais difícil para mim. Agora está difícil para dormir, ver jogos. Mas eu vou segurar. A gente vai ser campeão e eu vou me sentir um jogador, como se estivesse dentro do campo”, declarou Thiago Neves, o quase-herói de 2008, em depoimento ao The Players’ Tribune.

A desilusão do vice em casa desencadeou reações diferentes na torcida. Para alguns, o sofrimento foi tão grande que a paixão arrefeceu por anos. Para outros, a dor da perda se transformou em combustível para dar a volta por cima. E para todos eles, a nova chance em 2023 é o momento da superação definitiva do trauma.

Chegou a nossa hora. Não tem outra mensagem. Já ficamos 15 anos sofrendo com esse título. Não é que escapou, tiraram da nossa mão, por tudo que o árbitro fez. São 15 anos sofrendo, sendo sacaneado. Mas agora chegou nosso momento. Torcedor, vou estar junto com vocês, a gente vai comemorar desta vez. A gente vai chorar, mas de emoção porque vai estar comemorando o título”, afirmou um confiante Thiago Neves.

Quase-herói em 2008, Thiago Neves está otimista para título em 2023
Quase-herói em 2008, Thiago Neves está otimista para título em 2023AFP

Luiz Alberto também admite que o grupo de 2008 sente a dor da perda até hoje. A postura, porém, é de cabeça erguida para mandar a tristeza embora e acreditar que um novo dia vai raiar.

“É um título que o Fluminense já vem namorando há anos, que a torcida quer, o clube quer. Você imagina isso? Primeiro título da Libertadores da história do Fluminense, com a grandeza que tem o clube. Vale a pena abrir mão de muita coisa, descansar, se dedicar e dar o máximo no dia da partida”, concluiu o ex-zagueiro.