Coudet dispara contra diretoria após derrota do Galo, critica torcida e cogita saída
Foi uma entrevista quente na sala de imprensa do Mineirão. A tensão estava no ar, com Coudet monopolizando a narrativa e interrompendo os jornalistas de concluírem as perguntas. Era nítido o incômodo do treinador do Atlético-MG, que começou a disparar sua "metralhadora" recordando as recentes vendas de Ademir e Eduardo Sasha.
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"O diretor esportivo falou do grupo, houve um tanto de coisa que estavam sobre a mesa. Não vim pelo dinheiro, nem por nada, venho pelo desafio. Eu aprovei alguma venda? Ou não souberam que a última venda que não era para sair. Ou que Sasha, no lugar dele, era um jovem o substituindo. E para o jogo aéreo, colocaria outro juvenil", disparou o treinador.
Ele se mostrou incomodado com o comportamento da torcida, que chegou a atirar um copo de cerveja em sua direção. Antes, sem paciência, Coudet seguiu em sua crítica à diretoria.
"Não era a situação que me prometeram. Se não trazem três, quatro milhões. É normal isso? Os investidores acompanham até a morte os diretores e os jogadores. Mas meu contrato está na mesa. O que vivi hoje é uma loucura, sendo arremessada cerveja", lamentou o argentino.
"Agradeço aos torcedores que empurram até a morte. Mas vivi hoje algo que nunca tinha visto, meu próprio torcedor atirando copo de cerveja. Isso é normal com 10 partidas que ganhamos?", indagou Coudet.
De saída?
O treinador ainda revelou na entrevista que pediu uma cláusula de saída aos investidores e à diretoria. Segundo Coudet, muitas trocas aconteceram no Atlético-MG, algo que não foi prometido a ele na apresentação do projeto.
"O único que pedi é uma cláusula de saída, porque trocou tudo. É a única coisa que pedi aos investidores e diretores. Pedi uma cláusula de saída. Porque não é o que me prometeram quando me buscaram. Os clubes grandes são difíceis. Mas é o que há. Eu assinei por dois anos. E agora, o que faço?", disse o comandante, visivelmente irritado.
O treinador vem fazendo questionamentos nas últimas semanas sobre o elenco limitado do Atlético-MG, além da falta da contratação de um 9. Contra o Libertad-PAR, por exemplo, o Alvinegro não contou com Hulk. A ausência do jogador acabou com a eficiência do ataque atleticano. Em um dos vários trechos tensos da coletiva, Coudet falou sobre o plantel.
"Os investidores disseram que pode haver investimentos em junho. Eu perguntei: 'Como vamos chegar até junho?'. Vamos trabalhando (...) O time jogou mal? Sim. Mas vocês pensaram que não haveria dificuldades com 20 jogadores no elenco?".
Em meio a este clima pesado, o Atlético-MG entra em campo no próximo fim de semana, no Mineirão, com a possibilidade de ser campeão mineiro. Enfrenta o América-MG podendo perder por até um gol, pois venceu o jogo da ida por 3 a 2, no Independência. O Galo tem a vantagem do empate no placar agregado.