Gramado do Maracanã foi alvo de polêmica (muito) antes da final da Libertadores
O estádio chegou a ver sua substituição especulada nas últimas semanas em função de uma polêmica envolvendo a condição do seu gramado, o que seria uma grande mancha para o estado do Rio de Janeiro e também para a administração do estádio. A Conmebol chegou a pedir para que o estádio estivesse sob seus cuidados um mês antes da final, mas a ideia foi descartada.
O último jogo realizado no Maracanã antes da final foi o clássico entre Flamengo e Vasco, no dia 22 de outubro, 13 dias antes da decisão.
Pelo Flamengo, clube que lidera a administração do estádio, a partida de "despedida" antes da final da Libertadores aconteceria no dia 28 de outubro, em seu confronto contra o Red Bull Bragantino, pela 30ª rodada do Brasileirão.
O clube queria fazer valer o seu direito, incomodando Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Conmebol, Fluminense e Boca Juniors, todos de uma só vez.
"Não abro mão de jogar contra o Bragantino no Maracanã. Tenho a garantia de todos envolvidos no operacional do estádio que realizar o jogo contra o Bragantino não vai atrapalhar em nada a final do dia 4 de novembro", afirmou Rodolfo Landim, presidente do Fla.
Exagero freado
Poderia ser demais para o gramado, que já não estava em boas condições, ter um novo jogo faltando tão pouco tempo para o duelo que encerra o maior torneio da América do Sul.
Apesar da insistência do Flamengo, que chegou a dar garantias de que o gramado estaria em condições de jogo para a final da Libertadores, a decisão final da CBF foi colocar a partida em outra data para não prejudicar o palco da decisão.
A Conmebol agradeceu e bateu o martelo no último dia 19, apesar da tentativa de tumulto por parte dos dirigentes rubro-negros.
A definição veio depois de reunião na sede da entidade, em Luque, no Paraguai, que contou com a presença de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e Julio Avellar, diretor de competições da entidade brasileira. Representantes de Fluminense, Boca Juniors e da Associação de Futebol Argentino (AFA) também estiveram presentes.
O número de partidas recentes foi reduzido. Nos últimos 46 dias, apenas 7 jogos aconteceram no Maracanã, e a condição do gramado melhorou consideravelmente.
Filme queimado foi impedido
Esta não seria a primeira vez que uma final da Conmebol mudaria de local. A final da Sul-Americana deste ano, marcada para Montevidéu, foi alterada para Maldonado, próximo a Punta del Este, no mesmo país.
A Conmebol ficou com receio do jogo na capital uruguaia ser "grande demais" para a decisão do segundo torneio mais importante do continente. Dessa forma, evitaria o cenário de um jogo vazio, como aconteceu em 2021, no mesmo Centenário, que recebeu a decisão entre os brasileiros Athletico-PR e Red Bull Bragantino.
Em 2019, a final entre Flamengo e River Plate mudou do Estádio Nacional de Santiago, no Chile, para o Peru, devido à insegurança em território chileno.
Sequência desgastante
Desde o começo do ano que a situação do gramado do Maraca não é favorável. Isso acontece, principalmente, pelos vários jogos que acontecem no local. Com Flamengo e Fluminense mandando suas partidas ali, o desgaste era inevitável.
Em junho, o então técnico do Flamengo, Jorge Sampaoli, fez críticas. "O estado do gramado é muito ruim para tentar jogar, quase impossível. Quase 70 mil pessoas vieram ver um jogo de futebol nesse tipo de gramado", reclamou Sampaoli.
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Pra piorar...
A falta de descanso do gramado afeta sua qualidade. A situação ficou mais preocupante quando o Vasco decidiu, em abril, mandar partidas no Maracanã. A decisão incomodou o presidente do Fluminense, que não escondeu sua insatisfação.
O Vasco mandou outros jogos no Maracanã na temporada, situação que o clube pretende repetir antes do final do Brasileirão.
Pausa necessária
Em agosto, o estádio precisou dar um basta nas partidas. A decisão veio do consórcio administrador para que o gramado tivesse as devidas condições de se recuperar.
De acordo com o Complexo Maracanã, os danos no gramado do estádio não seriam possíveis de ser corrigidos sem uma paralisação de atividades.
Na oportunidade, o Maracanã, em comunicado, afirmou que ele era, naquele momento, o estádio mais utilizado do Brasil em 2023. Ali já se contavam 55 jogos, 15 a mais que o Independência, em Belo Horizonte, segundo colocado.
Ainda em agosto, o estádio já recebia críticas da Conmebol por sua condição bem abaixo do satisfatório para receber uma partida tão importante. A entidade solicitou providências para a recuperação do palco de jogos, e viu esta como uma das medidas.