John Kennedy foi o herói improvável do título inédito do Fluminense na Libertadores
Enquanto os maiores candidatos para fazer a diferença passavam por nomes de peso como Fábio, Marcelo e Cano, o nome da noite foi o atacante John Kennedy.
Cotado para ser titular na partida deste sábado, o atacante de apenas 21 anos acabou ficando como opção, com a vaga entre os 11 sendo de Martinelli. O técnico Fernando Diniz sabia bem da carta que tinha na manga no seu banco de reservas.
Em pouco tempo, John Kennedy mudou o jogo. Foi dele o gol do título, na prorrogação, quando a partida estava empatada em 1 a 1. O jovem entrou em campo aos 35 minutos do segundo tempo, com o técnico Fernando Diniz ciente da sua qualidade e do fôlego de sobra que teria, já pensando no tempo extra.
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A tabela bem feita com Keno, levando a melhor sobre o zagueiro, que não o acompanhou, foi seguida de um chute forte, de primeira, sem chance para o goleiro Romero. John Kennedy não se segurou na comemoração e foi pra galera.
Mas tinha mais. A euforia de quem tem uma longa carreira pela frente o fez prejudicar seu time, com a falha podendo ter custado caro. Depois de ser amarelado aos 44 minutos do segundo tempo, ele foi expulso ao comemorar seu gol junto da torcida, precisando deixar o Fluminense com um a menos em momento crucial da partida. Menos mal que Fabra foi expulso 10 minutos depois para deixar os dois times com 10 jogadores.
Decisivo antes mesmo da final
Indo além de fazer o gol do título, John Kennedy mostrou ser decisivo em todas as fases de mata-mata da Libertadores, tendo boa dose de contribuição nos seguidos avanços do Fluminense antes da final.
Nas quartas de final, no estádio Defensores del Chaco, ele fez um gol contra o Olimpia. Nas oitavas, também anotou contra o Argentinos Juniors, no Maracanã.
No jogo de volta da semifinal contra o Internacional, ele não só marcou o gol de empate, como deu assistência para o gol de Cano que classificou o Tricolor, mudando o destino do clube na competição. Na ida, foi titular e deu passe para o argentino guardar o seu.
Com apenas 21 anos, ele entra na história do Fluminense como um dos maiores responsáveis pelo título que coloca o time no Mundial de Clubes deste ano, que vai acontecer em dezembro, na Arábia Saudita.
Professor bancou
Diniz, apesar dos problemas extra-campo do jogador, confiou no seu potencial para trazer de volta às Laranjeiras a cria de Xerém, que estreou entre os profissionais em 2020. No começo do ano, John Kennedy defendeu a Ferroviária no Campeonato Paulista, fazendo 6 gols em 11 jogos e certamente despertando os olhares de muitos clubes.
O fato de ter sido emprestado indicava que seu lugar no Flu não estava tão garantido como ele gostaria. Durante sua trajetória pelo clube carioca, sofreu uma lesão durante uma pelada nas férias antes da temporada 2022 começar.
No Fluminense, mesmo sem ser um titular absoluto, John Kennedy se firmou como uma peça usada com frequência pelo treinador, principalmente para aproveitar sua velocidade e os espaços diante de adversários mais desgastados.
"Esse menino é um grande vencedor, se tornando cada vez mais íntegro. É o tipo de jogador que se perde à rodo no Brasil. Desejo que os pés dele sigam no chão, merecem todos os elogios e aplausos. Não é fácil ter a vida que ele teve e se tornar um jogador. Ele vale ouro. Torço para que ele consiga dar continuidade nesse momento", elogiou Diniz, que soube tirar o devido proveito da joia que tem nas mãos.
Sem dúvida, mais olhares crescerão sobre o atacante, que precisará seguir os passos do professor para manter sua carreira em ascensão.