Título da Libertadores pelo Flu eleva de vez o patamar de Fernando Diniz

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Título da Libertadores pelo Flu eleva de vez o patamar de Fernando Diniz

Título da Libertadores pelo Flu eleva de vez o patamar de Fernando Diniz
Título da Libertadores pelo Flu eleva de vez o patamar de Fernando DinizLucas Merçon/Fluminense
O que faltava não falta mais. Por muitos anos, Fernando Diniz conviveu com a pecha de treinador com futebol vistoso, mas sem resultados expressivos. A conquista da Libertadores neste sábado (4), inédita para o técnico e o Fluminense, inaugura uma nova era.

É claro que assumir a Seleção Brasileira já havia sido um passo gigante. Mas ainda restava colocar o último tijolo na construção da imagem de grande treinador.

Veja como foi a final da Libertadores

O próprio Diniz, porém, faz questão de minimizar a importância dos títulos na avaliação de seus trabalhos. Para o técnico, os resultados se tornam consequência da evolução de cada jogador, não só no quesito profissional; do bom ambiente e das relações dentro do clube; do jogo que resgata a essência do futebol de rua.

Diniz vibra com título da Libertadores
Diniz vibra com título da LibertadoresLucas Merçon/Fluminense

Se a gente não tivesse vencido, a gente não ia ser fracassado, como o Boca não é fracassado. Tem que parar com isso. Quem chegou aqui é campeão. Campeão não é quem ganha título, não. Campeão é quem vive com dignidade, quem respeita, trabalha com amor, e foi até o fim", disse Diniz em entrevista à TV Globo.

Na coletiva um dia antes da final, o treinador já havia adotado o mesmo discurso.

"Na minha vida, não é importante como me enxergam, e sim como eu me enxergo. Não estou à mercê da bola que vai entrar e da que não vai entrar. Se fosse assim, estaria mais propenso a ter um resultado que não gostaria, pois estaria muito mais ansioso do que estou", ressaltou.

Para chegar ao ápice de sua carreira, Diniz percorreu uma trajetória de 14 anos — quase o mesmo período em que o Fluminense foi do vice para a LDU ao título contra o Boca Juniors. Do começo no interior de São Paulo à conquista da América, alguns passos simbolizaram o caminho do treinador.

Brilho no Audax

Após iniciar a carreira no modesto Votoraty, Diniz rodou por clubes do interior paulista e passou pelo Paraná antes de ganhar uma chance no Audax, da primeira divisão de São Paulo. O trabalho do técnico ganhou notoriedade no país pelo estilo de jogo ofensivo, com troca de passes desde o goleiro, mesmo com um elenco limitado em um time pequeno.

O Audax eliminou São Paulo e Corinthians no mata-mata e perdeu a final para o Santos. O título não veio, mas a primeira semente do Dinizismo estava plantada.

Trabalho no Audax deixou Diniz em evidência
Trabalho no Audax deixou Diniz em evidênciaAFP

Primeiros passos na Série A

Mesmo com o rebaixamento à Série A2 do Campeonato Paulista no ano seguinte ao vice, o trabalho de Fernando Diniz o credenciou a assumir um time da Série A do Brasileirão. A aventura no Athletico-PR em 2018, porém, durou apenas seis meses. O técnico sofreu para manter a solidez defensiva e teve resultados ruins.

Ainda assim, Diniz seguia com prestígio no mercado. Em 2019, assumiu o comando do Fluminense pela primeira vez, quase 20 anos depois de atuar pelo clube como jogador. O futebol ofensivo do Tricolor reanimou boa parte da torcida resignada após temporadas medíocres, mas a falta de resultados novamente perseguiu o técnico.

Com o Flu na zona de rebaixamento do Brasileirão, Diniz acabou demitido. Depois, o presidente Mario Bittencourt admitiu que se arrependia da decisão. Mas a história de Fluminense e Fernando Diniz ainda não tinha acabado.

Diniz conversa com o artilheiro Cano antes da final da Libertadores
Diniz conversa com o artilheiro Cano antes da final da LibertadoresAFP

Ascensão e queda no São Paulo

A essa altura, o futebol no Brasil já se dividia entre os dinizistas e os anti-dinizistas. A corrente a favor do técnico enaltecia suas qualidades e via potencial no trabalho; os detratores minimizavam o jogo vistoso pela falta de resultados e títulos.

Na passagem pelo São Paulo, entre 2019 e 2020, Diniz deu razão aos dois lados da polarização. O treinador levou a equipe à liderança do Brasileirão pandêmico, com direito a sete pontos de vantagem — e uma defesa que levava poucos gols. 

Na reta decisiva do segundo turno, tudo desabou. O São Paulo engatou uma sequência negativa, sofreu derrotas inesperadas e viu o título escorrer pelas mãos. Novamente, Diniz foi demitido antes do término do campeonato.

Diniz foi do céu ao inferno no São Paulo
Diniz foi do céu ao inferno no São PauloRubens Chiri/São Paulo

A redenção definitiva

Após trabalhos curtos no Santos e no Vasco, o destino voltou a unir Fluminense e Diniz. O técnico assumiu o lugar de Abel Braga nas rodadas iniciais do Brasileirão 2022. A partir daí, começou-se a construir a consagração definitiva.

Com ótima campanha na Série A, o Flu fez 70 pontos, ficou em 3º lugar e garantiu vaga direta na Libertadores. Na Copa do Brasil, caiu na semi.

Diniz ao lado do presidente Mario Bittencourt com o troféu do Carioca
Diniz ao lado do presidente Mario Bittencourt com o troféu do CariocaFluminense

O ano de 2023 começou com um título histórico do Campeonato Carioca. A goleada de 4 a 1 em cima do Flamengo  deu a Diniz seu primeiro troféu relevante. Mas o melhor ainda estava por vir.

Depois de passar pela fase de grupos da Libertadores com direito a 5 a 1 no River Plate, o Flu de Diniz foi superando os obstáculos no mata-mata. Com alta dose de emoção, é verdade. O técnico marcado pela coragem, enfim, alcançou sua grande recompensa.