Por ser a anfitriã, a Alemanha não jogará as eliminatórias. Depois do fiasco na Copa do Mundo (eliminação na primeira fase), porém, começará a se preparar para o torneio com dois amistosos, contra Peru, no sábado (25), e Bélgica, na terça-feira (28).
Outras grandes seleções europeias vão aproveitar as eliminatórias para iniciar novos processos. Muitas têm caras novas, tanto no comando quanto nos elencos.
Confira a tabela completa das Eliminatórias da Euro de 2024
O retorno da Itália
A Itália foi a grande ausência no Catar, mas volta à cena para iniciar a defesa do título europeu conquistado em 2021, em Wembley. O começo da caminhada será justamente contra a rival da final, a Inglaterra, que ainda busca o primeiro título continental.
Apesar do fiasco ao não se classificar para a Copa do Mundo, Roberto Mancini segue como técnico. Ele apresenta novas caras para tentar reanimar a Azzurra.
A principal novidade é a convocação inédita de Mateo Retegui. O atacante de 23 anos é nascido na Argentina e que joga no Tigre, onde lidera a artilharia do Campeonato Argentino.
"Alguns anos atrás, dizia-se que para jogar na seleção era preciso ter nascido na Itália, mas o mundo mudou e todas as seleções têm jogadores nacionalizados ou que vêm de outros países", disse Mancini ao justificar sua decisão.
Itália e Inglaterra surgem como os principais candidatos a ocupar as duas vagas do Grupo C. A Ucrânia, que enfrenta os ingleses no domingo (26), corre por fora.
Mbappé será capitão da França
Didier Deschamps precisava de um novo capitão após a aposentadoria de Hugo Lloris da seleção. O técnico da França optou por dar a braçadeira para Kylian Mbappé.
"Kylian cumpre todos os requisitos para ter esta responsabilidade extra", justificou. Segundo a imprensa francesa, a decisão de Deschamps por Mbappé irritou Antoine Griezmann, mais experiente, a ponto de o atacante do Atlético de Madrid repensar seu futuro na seleção.
Com as aposentadorias também de Raphaël Varane e Karim Benzema e a longa lista de ausentes por lesão (Kimpembe, Lucas Hernández, Kanté, Pogba, Dembélé e Nkunku), Deschamps terá de dar novas responsabilidades a jogadores que eram coadjuvantes. Os primeiros desafios serão contra a Holanda, na sexta-feira (24), e contra a Irlanda, na segunda-feira (27).
Nova era para a Espanha
Com a não renovação, Luis Enrique pagou o preço da eliminação da Espanha nas oitavas de final da Copa. O cargo de técnico passou para Luis de la Fuente, ex-treinador da seleção sub-21. Ele estreará no comando de La Roja neste sábado (24), contra a Noruega, que não poderá contar com Erling Haaland, lesionado. Na próxima terça-feira (28), os espanhóis visitam a Escócia.
No comando das seleções sub-21 e olímpica desde 2013, De la Fuente decidiu rejuvenescer a equipe nesta primeira convocação, sem veteranos como Sergio Busquets, Ramos (ambos aposentados), Jordi Alba e Koke. Sem Busquets nem Alba, não há mais remanescentes da seleção que venceu a Euro de 2012.
As principais novidades da lista são as voltas de Kepa Arrizabalaga, Nacho e Iago Aspas. Nenhum dos três estava presente nas listas de Luis Enrique.
Os dois primeiros rivais da Espanha devem ser as principais ameaças, em um grupo que também inclui Geórgia e Chipre. Com dois classificados por chave, a Espanha não deve ter grandes dificuldades para estar na Alemanha no ano que vem.
Cristiano Ronaldo continua com Portugal
Outra equipe que vai estrear treinador será Portugal. Mas, ao contrário de De la Fuente, o também espanhol Roberto Martínez optou pela continuidade em sua primeira lista. A convocação inclui Cristiano Ronaldo, apesar da idade (38 anos) e da transferência para o Al-Nassr, da Arábia Saudita.
"Não olho para a idade", explicou Martínez. O novo técnico também conta com outros jogadores experientes, como o goleiro Rui Patrício, o zagueiro Pepe (fora por lesão) e os meias Bernardo Silva e Bruno Fernandes.
Cristiano Ronaldo, que já é o maior artilheiro da história das seleções nacionais, pode somar outro recorde a sua impressionante carreira: se jogar contra Liechtenstein na quinta-feira (23) ou contra Luxemburgo no domingo (26), ele se tornará o jogador com mais partidas por seleções.
Portugal deverá ter uma transição suave da era Fernando Santos, que conquistou os únicos dois títulos da história da Seleção: Euro 2016 e Liga das Nações 2019. A missão é conseguir uma das vagas no Grupo J, completado por Islândia, Eslováquia e Bósnia-Herzegovina.
Caras novas nos bancos
As duas seleções ibéricas não são as únicas grandes do continente a estrear novos comandantes na fase de classificação para a Eurocopa. Ronald Koeman volta ao banco da Holanda após Louis van Gaal encerrar o ciclo no Catar, enquanto Fernando Santos trocou a seleção portuguesa pela Polônia.
O alemão de origem italiana Domenico Tedesco substituiu Martínez na Bélgica. Michael O'Neill também regressa ao banco da Irlanda do Norte, equipe que se classificou para as oitavas de final da Euro 2016.