A Bélgica é de longe a equipe que os Bleus enfrentaram mais vezes em sua história, bem à frente da Suíça e da Itália (39 vezes cada). É também a nação contra a qual os franceses mais venceram, com 26 triunfos.
Em torneios grandes, a freguesia é grande. Em quatro jogos, a França ganhou todas, incluindo o 1x0 na semifinal da Copa do Mundo de 2018, que sempre será um trauma para os Diabos Vermelhos e seu ex-goleiro Thibaut Courtois.
Fase estranha na Euro
Nenhuma das duas equipes brilhou na fase de grupos da Eurocopa. As duas equipes têm as menores proporções de chutes convertidos em gols entre as 16 que avançaram ao mata-mata.
Apenas 4,2% dos arremates de francesas e belgas terminaram no fundo da rede, ou seja, dois gols para cada 48 chutes. Vale lembrar também que os homens de Didier Deschamps marcaram graças a um gol contra austríaco e a um pênalti de Kylian Mbappe contra a Polônia, enquanto os gols da Bélgica foram marcados apenas contra a Romênia, por Youri Tielemans e De Bruyne.
Ambos os times tiveram bastante a bola, mas não sabiam o que fazer com ela.
A França deu 113 toques dentro da área do adversário durante a primeira fase, recorde no torneio. Os 57 passes na partida contra a Polônia é um novo recorde desde que a Opta começou a analisar a Eurocopa em 1980. A Bélgica, por sua vez, está em quarto lugar no quesito na Euro 2024, com 95.
Individualmente, Jeremy Doku (29 passes) domina essa categoria, enquanto Romelu Lukaku, em terceiro (23), está à frente de Mbappe, em quarto (21). Vale ressaltar que o atacante belga ainda não marcou apesar de ter dado 10 chutes a gol, o segundo maior total, atrás das 12 tentativas de Cristiano Ronaldo, que também ainda não deixou o dele nesta edição da competição.
No final, os Bleus tiveram a maior diferença negativa entre gols e gols esperados (-3,9, ou seja, "deveriam" ter marcado quatro gols a mais), enquanto os Diabos Vermelhos tiveram a terceira maior (-2,3).
Tudo sólido atrás
Embora o jogo ofensivo de nenhuma das duas seleções ainda esteja devendo, as coisas parecem um pouco mais tranquilas na defesa. Os dois times passaram dois jogos sem sofrer gols e têm apenas um gol sofrido.
Os chutes dados pelos adversários da França e da Bélgica tiveram um xG de 2,4 e 2,3, respectivamente, e estão entre os cinco piores da primeira rodada do torneio.
A maior parte da ação dos homens de Deschamps e Tedesco se concentrou no meio de campo. A França se destacou especialmente por seu bom histórico de divididas, vencendo 59% de seus confrontos individuais durante a fase de grupos. Essa é o melhor índice do campeonato, bem à frente da Bélgica, que está em 11º lugar, com 51%.
A Bélgica, por outro lado, mostrou sua capacidade de manter a posse de bola, registrando o terceiro melhor índice, com 59%.
Os pontas foram bastante acionados, especialmente no lado francês, permitindo que os laterais, que tinham pouco a fazer na defesa, se lançassem ao ataque.
Como resultado, 79% dos ataques da França vieram da esquerda (42%) ou da direita (37%), e não das áreas centrais.
Uma batalha para romper as linhas
A chave pode estar no meio-campo e em sua capacidade de romper as linhas bem estabelecidas do adversário. Os franceses terão de ficar de olho em De Bruyne, que deu 11 assistências na fase de grupos, um total superado apenas por Joshua Kimmich (13). Não muito longe está Tielemans (6), em quinto lugar, logo atrás de um certo Mbappe (7).
Pelo lado francês, Kylian Mbappe tem quatro passes que rompem a linha defensiva para Theo Hernandez, assim como os quatro de Tielemans para Timothy Castagne. O foco de ambas as seleções está nos lados do ampo.
França tem vantagem na prorrogação
Se o jogo for para o tempo extra, a França tem a experiência a seu favor. Os campeões mundiais já disputaram 15 prorrogações em grandes torneios, mais do que o dobro da Bélgica (6).
Mas os Bleus foram eliminados nos pênaltis quatro vezes, incluindo três sob o comando de Deschamps.