Brasil para novamente nos Estados Unidos e fica com a prata no futebol feminino
Com o ouro olímpico, os Estados Unidos confirmaram sua hegemonia no futebol feminino. Além de ser a seleção com mais títulos mundiais, com quatro no total, as norte-americanas chegaram à quinta conquista em Jogos Olímpicos, retomando o ouro que não vinha desde Londres 2012, quando derrotaram o Japão por 2 a 1.
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Dezesseis anos depois, o Brasil retornou a uma final contra os Estados Unidos e não conseguiu derrubar o algoz. Uma prata que mediante à campanha apresentada, principalmente na fase decisiva, quando superou França e Espanha, poderia ter se transformado em uma medalha de outra cor. O futebol feminino brasileiro merecia isso.
A partida marcou a despedida de Marta do cenário olímpico. Seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo, ela entrou no segundo tempo do confronto e não teve tantos espaços para fazer a diferença, encerrando sua sexta participação em Jogos como a única atleta não norte-americana a ter disputado três decisões olímpicas.
Veja como foi Brasil 0 x 1 Estados Unidos
Faltou aquele capricho
Foi um primeiro tempo de muito equilíbrio, com as melhores oportunidades sendo criadas pela Seleção Brasileira. Com dois minutos de jogo, Ludmila saiu cara a cara com a goleira norte-americana Naeher. A brasileira, no entanto, finalizou fraco, facilitando a vida da adversária.
Os Estados Unidos tentavam responder em jogadas de velocidade, principalmente com as pontas Sophia Smith e Trinity Rodman, mas a defesa do Brasil se postou bem para conter as jogadas de contra-ataque.
Aos 15 minutos, Ludmila fez uma grande jogada pela ponta esquerda, infiltrou na área com um belo drible em Naomi Girma e chutou sem chances, estufando as redes. O lance, todavia, foi anulado pela arbitragem, que flagrou impedimento na jogada.
Uma outra grande jogada da Seleção Brasileira na etapa inicial veio em mais uma estocada pelas pontas. O cruzamento que veio da direita encontrou Gabi Portilho, que finalizou para grande intervenção de Naeher.
O castigo
Depois de um primeiro tempo de muita qualidade, o Brasil não conseguiu manter o mesmo ritmo na etapa final, principalmente no aspecto defensivo. As norte-americanas aceleraram o jogo e começaram a incomodar desde os primeiros minutos.
Aos 11 minutos, o contra-ataque encaixado pegou a defesa brasileira em maus lençóis. Mallory Swanson partiu em velocidade pela esquerda, invadiu a área e chutou na saída de Lorena, abrindo o placar no Parque dos Príncipes. Um pecado.
Houve certa contestação por parte brasileira de uma possibilidade de impedimento de Smith no lance, já que ela supostamente teria interferido na jogada. A arbitragem, todavia, confirmou o tento adversário.
A saída de Yaya lesionada deixou o meio de campo brasileiro extremamente exposto, favorecendo o jogo de contra-ataque das americanas. Arthur Elias promoveu alterações no time brasileiro, dentre elas a entrada da Rainha Marta, em sua terceira final olímpica na carreira.
A Seleção esteve muito próxima de um gol com Adriana já nos acréscimos, mas a goleira Naeher fez uma grande intervenção para evitar que a cabeçada morresse no fundo das redes. Não era o dia do Brasil. Mais uma vez.
Todavia, o pódio significa muito após 16 anos de ausência em finais olímpicas. Há muito a ser feito, mas o futuro pode ser promissor se houver investimento, trabalho e principalmente planejamento. Um ciclo de Copa do Mundo, no Brasil, está no caminho do time canarinho.