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Mulheres carregam pódios do Brasil em participação histórica nos Jogos Olímpicos

Josias Pereira
Rebeca Andrade se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil
Rebeca Andrade se tornou a maior medalhista olímpica da história do BrasilAlexandre Loureiro/COB
O Brasil fechou sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris carregado por suas mulheres. Das 20 medalhas conquistadas pela delegação nacional, 12 foram obtidas por elas, com destaque para a ginasta Rebeca Andrade, responsável por um quinto das subidas ao pódio do país e agora a maior atleta olímpica da história do Brasil.

Rebeca Andrade brilhou em Paris, sendo reverenciada por Simone Biles, a mais vitoriosa ginasta de todos os tempos. A brasileira confirmou seu status de ícone mundial e uma das grandes faces do esporte ao trazer para o Brasil quatro medalhas - ouro no solo, prata no individual geral e no salto e bronze por equipes. 

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Rebeca ainda se tornou a primeira atleta do país a conquistar quatro medalhas em uma única Olimpíada, superando a marca de Isaquias Queiroz na Rio 2016, com três. A ginasta agora soma seis medalhas olímpicas no total, superando as cinco subidas ao pódio dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael para se tornar a maior atleta do Brasil em Jogos Olímpicos. 

"Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras", declarou Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planajemanto e Desempenho Esportivo do COB. 

"O que vimos aqui em Paris no esporte, também reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo", acrescentou Mariana. 

Atletas de ouro

Além da vitória de Rebeca Andrade no solo, as outras duas medalhas de ouro do país em Paris foram conquistadas pelas mulheres. A judoca Beatriz Souza emocionou todo o país ao vencer na categoria acima de 78Kg, juntando-se a Rafaela Silva e tornando-se a segunda mulher brasileira campeã olímpica na modalidade que mais deu medalhas para o país - 28 no total. 

Depois de 28 anos, o vôlei de praia feminino do Brasil voltou ao lugar mais alto do pódio com a dupla Ana Patrícia e Duda. Elas simplesmente "zeraram o game" na praia, tendo sido campeãs nos Jogos Olímpicos da Juventude, nas Olimpíadas, além de serem campeãs do mundo e líderes do ranking mundial. 

História nas ondas do Taiti

Pela primeira vez na história, o Brasil teve uma medalhista no surfe feminino. Tati Weston-Webb chegou à decisão da competição nas famosas ondas de Teahupo'o, no Taiti, e esteve muito próxima de conquistar o ouro. A prata, todavia, honrou a grande performance da brasileira, que se colocou como uma das maiores surfistas da atualidade. 

Duas vezes medalhista olímpica 

Aos 16 anos, Rayssa Leal conquistou sua segunda medalha olímpica, um bronze no skate street que se junta à prata obtida em Tóquio. Ela se tornou a mais jovem atleta a subir ao pódio em edições diferentes de Olimpíadas.

Em Paris, ela deu nova vida ao apelido de "Fadinha" ao arrancar para o terceiro lugar com uma última manobra histórica. Rayssa conquistou o coração do público não apenas por sua excepcional habilidade no skate, mas também por sua determinação e carisma únicos. 

Elas no pódio 

O futebol feminino do Brasil voltou a uma final olímpica depois de 16 anos em uma incrível remontada na fase eliminatória, despachando a anfitriã França e derrotando a Espanha, atual campeã do mundo, na semifinal.

Uma prata bastante celebrada pela capacidade de resiliência das jogadoras, que deram a volta por cima após uma dolorosa queda na fase de grupos da última Copa do Mundo. 

O bronze da Seleção feminina de vôlei garantiu a presença do Brasil entre os medalhistas do vôlei de quadra desde Barcelona 1992, salvando uma performance bastante inferior do masculino, que pela segunda Olimpíada consecutiva sequer chegou ao pódio. 

Se o resultado no boxe esteve longe do projetado, Beatriz Ferreira conquistou sua segunda medalha olímpica. Depois da prata em Tóquio, ela conquistou o bronze, nos Jogos de Paris, após perder a semifinal do peso-leve (até 60kg) para a irlandesa Kellie Harrington. Uma medalha que também representou seu adeus ao boxe olímpico. 

De volta aos tatames, além da festa de Beatriz Souza, o Brasil se emocionou com o bronze de Larissa Pimenta e a incrível força de Rafaela Silva, que venceu o embate decisivo contra a Itália e garantiu o bronze por equipes para o país. 

Um momento especial também para Ketleyn Quadros que, em 2008, tornou-se a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha em esportes individuais. Uma pioneira que dezesseis anos depois subiu novamente ao pódio. 

Simbolismo 

Com tantas histórias construídas em Paris, tornou-se simbólico que o último ato dos Jogos Olímpicos fosse reservado a elas. Ana Patrícia e Duda, representando as mulheres do Brasil, foram escolhidas como porta-bandeiras do país na cerimônia de encerramento. Um pedido especial feito ao Comitê Olímpico Internacional e prontamente atendido. 

Duda e Ana Patrícia serão as porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos
Duda e Ana Patrícia serão as porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de encerramento dos Jogos OlímpicosGaspar Nóbrega/COB

Na primeira Olimpíada que as mulheres brasileiras foram maioria na delegação, elas entregaram resultados, histórias de vida e muita emoção. Como a canção de Milton Nascimento "Maria, Maria" ressalta, nossas mulheres são sons, são cores, suor, são força e exemplos do que é ter fé na vida.