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Vinícius Júnior: "Se eu enfrentar o racismo sozinho, o sistema vai me esmagar"

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Vinícius Júnior deu entrevista ao jornal francês L'Équipe
Vinícius Júnior deu entrevista ao jornal francês L'ÉquipeVítor Silva/CBF
O jornal francês L'Équipe publicou nesta sexta-feira (13) uma entrevista com Vinícius Júnior. O brasileiro afirmou que LaLiga não ouviu seus avisos sobre insultos racistas antes do episódio no jogo contra o Valencia, em maio deste ano.

"Eles só me ouviram quando o mundo inteiro começou a falar sobre a Espanha. Isso os fez reagir. Pessoalmente, sei que não vou mudar a história, que não vou fazer da Espanha um país sem racistas, nem o mundo inteiro. Mas sei que posso mudar algumas coisas", declarou Vini Jr.

"Para que aqueles que virão nos próximos anos não passem por isso, para que as crianças possam ter paz de espírito no futuro. Farei tudo o que puder por elas."

Vinícius Júnior foi titular no jogo da Seleção contra a Venezuela
Vinícius Júnior foi titular no jogo da Seleção contra a VenezuelaVítor Silva/CBF

Vinícius também criticou a postura da FIFA e da UEFA. O atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira disse ter recebido mensagens das entidades na época do incidente, mas que elas não se lembraram dele desde então. Por outro lado, o jogador sentiu sempre apoiado pelo clube e por seus companheiros de equipe.

"Aprendi muito sobre racismo. Sei mais a cada dia. É uma questão realmente complexa. No passado, as pessoas sofreram escravidão. Eu me interesso por isso. Eu realmente espero que esses episódios não se repitam", afirmou Vini.

Vini Jr. sofreu insultos racistas no Mestalla
Vini Jr. sofreu insultos racistas no MestallaAFP

"Em Valência, um grupo inteiro em um estádio insulta um jogador, e no jogo seguinte ele pode jogar normalmente, com sua torcida, sem perder pontos, sem sanções? A mudança virá daí", acrescentou.

Por fim, Vinícius Júnior reforçou a importância da união de várias forças contra o racismo: "Se eu enfrentar o racismo sozinho, o sistema vai me esmagar facilmente".