Chegar a duas finais em uma temporada não é para qualquer um, e perder ambas não é fácil de digerir.
Especialmente para um presidente apaixonado pelo time como Commisso, que, às vésperas de sua quinta temporada como dono da Fiorentina, segue otimista.
"Ainda estou desapontado com as duas derrotas", disse ele, na véspera da nova temporada que começa nesta quarta (12). "Mas olho para o futuro com confiança."
"As derrotas nas duas finais doem. No entanto, é importante olhar além dos resultados e reconhecer os objetivos que alcançamos durante a temporada passada. Terminamos bem na liga, participamos de competições europeias e mostramos que temos uma equipe talentosa e em crescimento", afirmou ele.
A derrota contra o West Ham, segundo ele, foi a mais decepcionante.
"Precisamos aprender com essas experiências e trabalhar em nossa capacidade de matar os jogos. Estamos cientes de nossas limitações e faremos tudo o que pudermos para superá-las", disse Commisso.
Uma temporada, duas histórias
Após um primeiro semestre ruim, a Viola fez uma segunda parte da temporada que fez os torcedores sonharem. "Considero a segunda metade um resultado extraordinário. Tudo o que foi feito nessa parte da temporada me deu confiança para renovar o contrato do (técnico Vincenzo) Italiano", revelou.
"Ele queria ficar conosco e isso me deu mais vontade para mantê-lo."
A segunda parte da temporada passada foi a melhor desde da Fiorentina desde que o chefe da Mediacom assumiu o clube.
Força no mercado
Para tornar sua equipe competitiva, o presidente italiano, que fez fortuna nos Estados Unidos, está disposto a abrir a carteira.
No passado recente, a Fiorentina foi protagonista no mercado com algumas vendas de impacto, como as de Dusan Vlahovic e Federico Chiesa, que renderam 135 milhões de euros - e compras espertas, como as de Arthur Cabral e Luka Jovic, que foram adquiridos por "apenas" 15 milhões de euros.
"Se olho para as performances de Vlahovic e Chiesa, e as comparo com as de Cabral e Jovic, podemos dizer que fizemos um bom negócio. Os números não mentem. Nós, juntos, marcamos mais gols do que eles", disse Commisso.
E o estádio novo, vai sair?
As restrições burocráticas e a lentidão italiana deixaram Rocco tão aborrecido sobre o novo estádio da Fiorentina que ele decidiu deixar tudo nas mãos dos cartolas da Serie A.
"Não quero mais ouvir falar sobre o estádio, vamos esperar e ver o que eles decidem", disse Commisso, reiterando a importância de uma visão de longo prazo e investimento no futebol italiano.
O presidente tenta conseguir aprovação e fundos para renovar o Artemio Franchi desde 2019.
"A Fiorentina, para competir internacionalmente e atrair talentos de alto nível, deve aumentar suas receitas. Hoje, a Viola tem 100 milhões de torcedores, enquanto a média dos 20 principais times europeus é de mais de 400 milhões", acrescentou.
"Para aumentar as receitas, são necessários investimentos significativos; a modernização de estádios e infraestruturas é fundamental para garantir um futuro sólido para o futebol italiano", explicou o mandatário.
Parceria público-privada
Ele clamou por interferência do governo italiano para melhorar o Calcio: "Peço que se envolvam mais nesse setor e criem um ambiente favorável para o crescimento do nosso esporte – o futebol é uma das maiores indústrias do nosso país."
Uma parceria entre os setores público e privado, como acontece em outros países (Estados Unidos, Turquia e Polônia, para citar alguns), é a visão de Commisso, que enfatiza a importância do investimento governamental para modernizar estádios e promover a competitividade da Itália no cenário internacional.
"Precisamos de uma parceria para levar a Serie A adiante", pediu ele. "Precisamos trabalhar juntos para criar um círculo virtuoso de investimento e garantir um crescimento sustentável. Somente dessa forma poderemos competir internacionalmente e dar aos nossos torcedores o que eles merecem."