"A federação saudita afirma seu total apoio ao clube Al-Ittihad e a adoção de todas as vias legais para preservar os direitos da equipe", disse a federação em um comunicado publicado no X, antigo Twitter.
A federação, que apoia a adoção de "todas as medidas legais", disse que "aprecia o interesse da Confederação Asiática de Futebol (AFC) de que a partida ocorra em circunstâncias apropriadas", sem mencionar nada sobre os motivos da desistência do Al-Ittihad.
O clube saudita, pelo qual jogam Karim Benzema e Fabinho, entre outros, afirmou em comunicado que "ao chegar ao estádio designado para a partida contra o clube iraniano Sepahan na segunda-feira, 2 de outubro, o inspetor da AFC informou que a partida não seria realizada na data programada e que a equipe poderia deixar o estádio. Posteriormente, a delegação do clube deixou o estádio a caminho do aeroporto", sem dar mais detalhes.
Os jogadores do time saudita nem sequer entraram no estádio Naghsh-e Jahan, na cidade iraniana de Isfahan, onde cerca de 60.000 espectadores aguardavam, informou a mídia iraniana.
Após mais de trinta minutos de atraso, o árbitro decidiu cancelar a partida devido a "circunstâncias inesperadas", conforme explicou a Confederação Asiática de Futebol (AFC).
A mídia iraniana apontou a presença de uma estátua do General Qasem Soleimani, ex-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana que foi assassinado pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump, como a razão pela qual o clube saudita não quis jogar.
Soleimani é visto como um herói nacional no Irã por seu papel de destaque nas operações contra os Estados Unidos, além de ajudar as milícias xiitas no Iraque, particularmente na luta contra o Estado Islâmico (EI) e os rebeldes xiitas Houthi no Iêmen.
Tanto o Ocidente quanto a grande maioria dos países do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, consideraram Soleimani um "terrorista" e uma figura que causa instabilidade na região.
O Irã e a Arábia Saudita concordaram em março em normalizar as relações diplomáticas, rompidas em 2016 após ataques a seus escritórios diplomáticos depois da execução no reino árabe de um proeminente clérigo xiita.
Os jogos da Liga dos Campeões da Ásia deste ano ajudaram a aproximar os dois rivais históricos, como foi visto em meados de setembro, quando o Al-Nassr, time do português Cristiano Ronaldo, jogou em Teerã contra o Persepolis e movimentou milhares de torcedores.