Wembley é a última chance de Rodrygo antes da tão esperada chegada de Mbappé
Tímido, hesitante, intimidado e talvez até desconfortável em alguns momentos, Rodrygo não teve uma quinta temporada dos sonhos com as cores do Real Madrid. Será que o brasileiro realmente encontrou seu lugar em uma equipe na qual seu compatriota Vinicius Jr. e seu companheiro de equipe Jude Bellingham estão brilhando jogo após jogo?
É uma pergunta legítima, dada a maneira como o atacante merengue não conseguiu estabelecer-se e foi ausência em algumas partidas.
Embora a temporada 2023/24 devesse ter sido de reconhecimento para o camisa 11 do Real Madrid, ela acabou destacando uma falha que paira sobre a cabeça do jogador: sua força mental. Com a futura chegada de Kylian Mbappé, o lugar de Rodrygo no time titular do Real Madrid na próxima temporada parece estar em dúvida.
E isso pode pode ter tido um efeito indireto neste ano para o jogador. De que adianta fazer boas atuações se acabo no banco? Essa é, sem dúvida, uma pergunta que já passou pela cabeça de Rodrygo várias vezes.
Uma impressionante falta de influência
Estaria o brasileiro jogando com o freio de mão puxado? Essa é a impressão que se tem em algumas partidas. No entanto, quando se analisam os números, o brasileiro quebrou seu recorde pessoal de gols no campeonato (10) e igualou sua melhor marca na Liga dos Campeões (5). Mas, aqui, as estatísticas não conseguem esconder sua forma inconsistente.
Quando Benzema deixou o Real Madrid no verão passado, e a diretoria optou por não se posicionar em relação a um 9 do nível do atacante francês, o clube esperava que Rodrygo assumisse esse posto. A mesma expectativa se aplicava a Vini Jr.
Passados 10 meses, uma observação simples está surgindo. O camisa 7 tem tido ombros para carregar sua equipe, a ponto de tornar-se a estrela número um do projeto, enquanto Rodrygo parece ter perdido o rumo, voltando às falhas que já eram evidentes de tempos em tempos durante seus cinco anos em LaLiga.
O jogador de 23 anos não conseguiu causar impacto geral, com os holofotes recaindo sobre Bellingham na primeira metade da temporada e sobre seu colega brasileiro na segunda.
Suas atuações contra o Manchester City salvaram o dia, com gols em ambas as partidas.
No entanto, em jogos menos impressionantes, nas quais ele poderia ter mostrado que tinha a capacidade de abrir o placar em situações complicadas, ele não marcou. Com muita frequência, o Real Madrid foi carregado pelos dois nomes mencionados acima e pelos substitutos Brahim e Joselu.
A sombra de Mbappé se aproxima, uma despedida precoce?
No dia seguinte ao Open Media Day, na terça-feira, a equipe do DAZN lançou uma bomba: "Passar toda minha carreira no Real Madrid? Sim, bem...Tudo pode acontecer. Eu tenho um contrato (até 2028), mas os anos que passei aqui foram um prazer para mim. Como eu disse, sempre quis fazer parte deste clube, mas veremos o que o futuro nos reserva", declarou Rodrygo.
Embora a equipe do jogador tenha se apressado em negar que o brasileiro tivesse qualquer desejo de deixar o Real Madrid, suas palavras testemunham sua mentalidade. Após uma temporada de altos e baixos e a iminente chegada de Kylian Mbappé - e também de Endrick -, a concorrência pela camisa 11 merengue será cada vez mais acirrada.
Uma situação que Rodrygo já previu? Provavelmente sim. Em um clube onde se espera que todos os jogadores tenham uma mentalidade forte, se não extraordinária, o brasileiro expôs uma fraqueza com essa declaração. O Real Madrid não faz nenhum favor aos seus jogadores: ou eles atendem às exigências que lhes são feitas, ou outros o farão. E tudo isso apesar do fato de Carlo Ancelotti sempre ter acreditado no brasileiro.
Ancelotti está virando o problema de cabeça para baixo? É possível. Agora é difícil dizer se o jogo em Wembley será o último. O Real Madrid não planeja se desfazer de seu jogador tão cedo, e ele, em princípio, vai querer provar seu valor contra a concorrência.
Mesmo assim, a temporada 2024/25 pode ser crucial: quem não estiver à altura das expectativas do clube merengue pode acabar negociado. E se Rodrygo não der um salto de qualidade mental nos próximos meses, pode ser ele.