Moreno reflete sobre aposentadoria: "Quando meu pai faleceu, acabou o futebol para mim"
Será um adeus íntimo, por certo uma volta olímpica no estádio, mas que consuma uma decisão que já rondava a cabeça de Marcelo Moreno desde que seu pai, Mauro Martins, faleceu aos 72 anos, em abril de 2022.
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Na ocasião, o atacante atuava no Cerro Porteño, do Paraguai, e, desde então, nunca mais foi o mesmo, perdendo a alegria e a motivação de entrar em campo, como citou em entrevista ao "The Players Tribune".
"Quando meu pai faleceu, acabou o futebol para mim", declarou Marcelo Moreno.
"Foi o momento mais difícil da minha carreira e é aí onde acontece que eu perco a alegria de jogar, alegria de treinar, a motivação, disciplina, interesse, tudo...", acrescentou o atacante boliviano.
"Não ter minha referência deixa um vazio muito grande, em uma pessoa, em um atleta, que precisa estar com a cabeça 100% focada no futebol", completou o agora ex-jogador.
Quando do anúncio de seu retorno ao Cruzeiro, Marcelo Moreno foi recepcionado com festa pelo torcedor celeste e chegou a ter seu nome registrado no BID da CBF com um contrato mínimo de três meses. Ele vinha treinando na Toca da Raposa II com o restante do elenco celeste.
Mas, quando pensava-se que ele entraria em campo, a decisão foi pelo adeus modesto e junto ao torcedor.
"Eu não quero me enganar mais e não quero enganar o torcedor. Porque o torcedor merece uma entrega a 100, 200% minha dentro de campo. Se eu não estiver bem, eu acho que não está legal. Faz uns cinco meses que eu falei: 'ah, vou decidir parar porque eu acho que já fiz tanto pelo futebol que agora eu vou cuidar de mim. Vou cuidar da minha mente, do meu corpo, da minha família'. E está sendo a decisão mais difícil da minha vida, mas eu acho que é a melhor", salientou o ex-atacante.
Marcelo Moreno deixa os gramados como o maior artilheiro da história da seleção boliviana, com 31 gols em 106 partidas internacionais. Ele é também o maior artilheiro estrangeiro da história do Cruzeiro, com 52 gols em 142 partidas.