Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Começa "julgamento do século" que vai definir futuro do Manchester City

Alex Xavier, com AFP
O City pode perder pontos, algumas estrelas, seu técnico e taças
O City pode perder pontos, algumas estrelas, seu técnico e taçasOLI SCARFF / AFP
Seis anos após o início da investigação sobre supostas violações financeiras cometidas pelo Manchester City, começa nesta segunda-feira (15) em Londres o julgamento que decidirá o destino do clube.

O City é acusado pela Premier League de ter cometido 115 infrações e, caso seja considerado culpado, pode até ser expulso da liga inglesa.

Um painel independente vai ouvir as evidências por pelo menos dois meses no que a imprensa britânica chama de "julgamento do século" no esporte do país. O veredicto não deve sair antes de 2025.

Em sua última temporada de contrato, Pep pode deixar o City mais cedo
Em sua última temporada de contrato, Pep pode deixar o City mais cedoProfimedia

Do que o City é acusado?

Desde que foi adquirido em 2008 pelo xeque Mansour, membro da família real dos Emirados Árabes Unidos, o City deixou de ser um time mediano para se tornar a força dominante da Premier League.

Oito dos 10 títulos nacionais da história do clube foram conquistados nas últimas 13 temporadas. Sob controle emirati, os Citizens também conquistaram sua primeira Liga dos Campeões em 2023.

Os craques do City foram comprados com dinheiro emirati
Os craques do City foram comprados com dinheiro emiratiProfimedia

No entanto, o clube é acusado de ter burlado as regras financeiras da Inglaterra durante este período.

Das 115 acusações, 80 são por violações dos regulamentos cometidas entre 2009 e 2018, enquanto outras 35 estão relacionadas à falta de cooperação com a investigação da Premier League.

A investigação começou depois que a revista alemã Der Spiegel publicou documentos bombásticos em 2018.

E-mails supostamente enviados entre os principais executivos do City mostraram que o clube havia inflado a receita de patrocínio da companhia aérea Etihad, controlada por Abu Dhabi, e da empresa de telecomunicações Etisalat, disfarçando o investimento direto do Abu Dhabi United Group de Mansour em Manchester.

Outros documentos provariam pagamentos não contabilizados ao então técnico Roberto Mancini disfarçados de consultoria para um clube de Abu Dhabi.

O City nega qualquer irregularidade e insiste que há um "conjunto abrangente de evidências irrefutáveis" para provar sua inocência.

A diretoria já conseguiu anular uma suspensão de dois anos da Liga dos Campeões imposta pela UEFA na Corte Arbitral do Esporte (CAS) em 2020.

O CAS constatou que a maioria das supostas violações de superestimação da receita de patrocínio não foi comprovada ou "prescreveu" porque estava fora do limite estatutário de cinco anos para acusação.

Essa cláusula de prescrição, no entanto, não existe no caso da Premier League.

A era de ouro do clube inclui a conquista da Champions
A era de ouro do clube inclui a conquista da ChampionsProfimedia

Quais são as possíveis penas?

Se for considerado culpado em algumas ou em todas as acusações, o City enfrentará uma severa dedução de pontos e possivelmente até a expulsão da Premier League.

O glorioso reinado de Pep Guardiola no Etihad Stadium também pode chegar ao fim.

O técnico do City, que está no último ano de seu contrato, defendeu a diretoria do clube, mas disse que deixaria Manchester caso tenha sido enganado.

"Se vocês (cartolas) mentirem para mim, no dia seguinte eu não estarei aqui", disse Guardiola em 2022. Neste fim de semana, o treinador foi novamente perguntado sobre o assunto e respondeu que "não é advogado".

Sanções severas também levantariam dúvidas sobre o futuro do elenco do City.

Além disso, times rivais poderiam reivindicar a perda de títulos e uma indenização se for provado que o City ganhou seus campeonatos de forma ilegal.

Em casos recentes, Everton e o Nottingham Forest sofreram deduções de pontos na última temporada por violações isoladas das regras de lucro e sustentabilidade.