Como John Textor pode comprar o Everton, que está em crise
O atual proprietário majoritário Farhad Moshiri, que detém 94,1% do clube azul de Liverpool, quer vender toda sua participação para Textor, segundo a mídia inglesa.
No entanto, qualquer acordo depende do empresário americano vender sua participação de 45% no Crystal Palace devido às regras da Premier League, que proíbem qualquer proprietário de ter qualquer tipo de participação acionária em mais de um clube.
Textor, o salvador da pátria?
John Textor é o fundador e presidente da Eagle Football, e sua equipe conta com muitas figuras proeminentes, incluindo Jamie Dinan, fundador do hedge fund "York Capital Management", com sede em Manhattan.
De acordo com a Forbes, Dinan tem um patrimônio líquido atual de US$ 2,1 bilhões.
Textor também é o presidente executivo aposentado da FuboTV, um serviço de streaming de esportes que transmite NFL, MLB, NBA, NHL, MLS e futebol internacional.
Nos últimos três anos, ele se aventurou na propriedade de clubes de futebol, começando com o investimento no Palace.
Em 2022, ele se tornou acionista do time belga RWD Molenbeek, antes de adquirir o controle do Botafogo e 77% do Lyon.
Segundo a Bloomberg, as operações de futebol de Textor valem cerca de 900 milhões de euros, e seu histórico indicaria que Textor tem fundos consideráveis para tornar o Everton grande novamente.
Everton em crise novamente
Os torcedores do Everton esperam que a compra ponha fim à insegurança financeira que cerca o Goodison Park há anos.
A última vez que o clube conquistou a liga inglesa foi em 1987, liderado por jogadores como Kevin Ratcliffe, Peter Reid e Graham Sharp.
Na atual Premier League, os Toffies já são lanternas do campeonato após três rodadas.
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Para fazer caixa na última janela de transferências, o Everton vendeu Amadou Onana para o Aston Villa por 50 milhões de libras e Ben Godfrey para a Atalanta por 10 milhões de libras.
O técnico Sean Dyche recebeu em troca alguns jogadores emprestados, e a contratação mais cara do time foi a de Jake O'Brien, vindo do Lyon, por 17 milhões de libras.
É uma situação que contribuiu para um início de temporada desastroso, incluindo uma derrota feia contra o Bournemouth em casa.
Credores e novo estádio
Uma questão que pode atrapalhar a venda do Everton é o empréstimo de 200 milhões de libras dos investidores norte-americanos do Friedkin Group, que também são proprietários da Roma.
O grupo estava interessado em assumir o controle do time inglês, mas as negociações acabaram fracassando e, em 19 de julho, o Everton divulgou uma declaração formal para confirmar que as negociações de compra não haviam progredido.
Os 200 milhões de libras foram usados para pagar um empréstimo de 158 milhões de libras à MSP Sports Capital e dívidas com dois empresários locais, e o comunicado dizia que o Friedkin Group "continuará sendo um credor do clube".
É uma situação e uma quantia significativa de dinheiro que certamente será um problema para qualquer comprador em potencial do clube.
Os Toffies estão construindo um novo estádio às margens do rio Mersey que deve ser inaugurado na temporada 2025/26.
Haverá vários novos fluxos de receita em comparação ao que oferece o Goodison Park.
Os alugueis para bares, restaurantes e experiências gerais do estádio já estão esgotadas.
No entanto, as contas recentes do clube, divulgadas em abril, revelaram que o projeto ainda não recebeu o financiamento total.
O clube também está dando continuidade às negociações para garantir o próximo estágio de financiamento, que ainda não está garantido.
Além disso, as contas da Everton Stadium Development Limited, uma empresa subsidiária de propriedade do clube, até junho do ano passado revelaram que seu passivo líquido atual aumentou de £228,5 milhões para pouco menos de £454,1 milhões nos 12 meses até junho de 2022, destacando como os custos para a construção da arena estão aumentando.
"O estádio torna a aquisição mais atraente. Há muito tempo o Everton precisa de um novo estádio e o desenvolvimento acelerará a capacidade do clube de competir, pelo menos financeiramente, com algumas das potências da liga", explicou Rob Wilson, professor de finanças aplicadas do esporte na Universidade de Negócios do Futebol da Inglaterra.
"Uma casa cheia, em uma base regular, proporcionará ao clube um aumento significativo nas receitas do dia do jogo e apresentará uma série de novas oportunidades comerciais", concluiu.