Dois torcedores do United são presos por "cantos de tragédia"; entenda
A Polícia da Grande Manchester confirmou nesta segunda-feira (18) que um jovem de 21 anos e um homem de 59 anos foram presos após terem sido flagrados provocando rivais com a tragédia de Hillsborough. Um terceiro indivíduo está sendo identificado.
"Incidentes com cânticos de tragédia não serão tolerados e serão tratados com firmeza", afirmou a Polícia.
"Realizamos uma reunião com grupo de torcedores de ambos os times antes do jogo e ambos concordaram que os cânticos de tragédia eram totalmente inaceitáveis", afirmou o chefe do policiamento, Jamie Collins.
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O que são os cânticos de tragédia?
Na Inglaterra, torcedores são proibidos de utilizar tragédias relacionadas ao futebol como referência para cantos ou gestos ofensivos.
Entre as tragédias estão o lendário desastre de Hillsborough, no qual mais de 90 torcedores do Liverpool faleceram em 1989.
Também estão entre as tragédias proibidas: o assassinato de dois torcedores do Leeds United em Istambul, o acidente aéreo de Munique em 1958 envolvendo a equipe do Manchester United, o desastre no estádio de Heysel e o incêndio no estádio do Bradford.
Qual a punição para estes cânticos?
Não é a primeira vez que um torcedor do United vai preso por tratar sobre o tema de forma maliciosa. Em 2020, o torcedor Zakir Hussain pegou 14 semanas de cadeia por incitação ao ódio e referência ao desastre de Hillsborough.
Após um aumento nos incidentes envolvendo o tema, a Premier League criou em 2023 uma força-tarefa formada por grupos de torcedores, a Polícia e o Ministério Público para tentar resolver o problema.
Torcedores que forem considerados culpados do delito poderão ser banidos dos estádios e processados criminalmente.
Após o jogo de domingo, a federação inglesa de futebol (FA) condenou novamente "quaisquer cantos ofensivos, abusivos e discriminatórios nos estádios de futebol"
"Estamos determinados a acabar com esse comportamento", afirmou a FA.
"A dor que isso causa é insuportável. Não merecemos ouvir esses cânticos", disse Margaret Aspinall, ex-presidente do Grupo de Apoio à Família Hillsborough, após um jogo do Liverpool em novembro último. Aspinall perdeu um filho de 18 anos na tragédia de 1989.