"Acho que ele entende os valores do Arsenal e a qualidade dos jogadores que precisam chegar. Arteta e Edu construíram um bom relacionamento”, disse Bentley.
Em entrevista exclusiva ao Tribal Football, o ex-jogador afirmou que o documentário “Tudo ou nada - Arsenal” mostra a transformação do clube e a volta do engajamento dos torcedores.
"Muitos dos torcedores tinham se desanimado antes da chegada de Arteta e Edu. Eles estavam distantes do clube. Você precisa deles por perto, se envolvendo e se divertindo. Nem sempre é só sobre ganhar troféus.”
"Se você cria esse ambiente, como eles fizeram, a equipe envolve os torcedores e há mais união em torno do clube. Acho que eles realizaram um trabalho muito bom ao conseguir isso.”
Campeão da Premier League em 2003 com o clube, Bentley contou estar impressionado com o desempenho em campo. "Taticamente, acho que Arteta é muito bom. Fica claro com a qualidade de jogo introduzida, todos trabalhando juntos e o ótimo desempenho. É bom vê-los, eles são muito talentosos”.
Para o antigo meia da equipe, é óbvio o obstáculo que impediu o Arsenal de conquistar os dois últimos títulos da Premier League. "Só o Manchester City está no caminho para que eles realmente alcancem o que deveriam".
A referência
Protagonista do elenco, Bukayo Saka tem sido presença constante nesses dois anos e, como ex-jogador do setor ofensivo, Bentley gosta de acompanhar o jogador da seleção inglesa.
"Acho que ele começou a temporada muito bem, tem um ambiente bom e estável. Jogando com bons jogadores, como é o caso, ele tem liberdade para alcançar outro nível”, analisou.
"Ele joga pela equipe, mas também entrega o produto final. Ele dá resultado, não é apenas talento, ele produz números e só vai melhorar”, acrescentou Bentley.
"Ele se sai muito bem toda vez que é entrevistado. Se mostra humano, o que é bom. Acho que o Arsenal faz muito bem em oferecer uma plataforma aos seus jovens jogadores".
"Você não ouve muita coisa fora do campo", diz o ex-jogador com razão - já que os dias em que "Lorde Bendtner" (Nicklas Bendtner) e outros foram pegos com as calças na mão parecem ter ficado no passado. Bendtner encerrou a carreira precocemente aos 33 anos, admitindo ter feito gastos excessivos com bebidas.
Kanu no coração
Por falar em aproveitar as luzes de Londres, o próprio Bentley raramente foge de aproveitar a vida com Nwankwo Kanu, outro ex-companheiro de equipe no Arsenal.
"Isso que é alguém com um grande apetite pela vida", exclamou com um sorriso no rosto quando mencionou o centroavante duas vezes vencedor do prêmio de Jogador Africano do Ano (1996 e 1999).
"Ele era o homem mais forte de todos os tempos. Era inacreditável a maneira como usava o corpo, não era musculoso, mas era alto. Simplesmente não perdia a bola, era impossível tirá-la dele. Kanu era um cara muito legal, sempre sorrindo e com uma energia muito boa para se ter por perto”, lembrou.
Em cima do muro
Quando questionado se iria torcer para o Arsenal ou para o Tottenham, na partida do dia 15 de setembro, Bentley se esquivou.
"Depende de quem está perguntando", disse com sorriso radiante o ex-jogador, um dos poucos a já ter defendido as duas equipes. Tentando se manter diplomático, opinou sobre o primeiro clássico do norte de Londres da temporada.
"No papel, o Arsenal deve vencer o jogo. Eles venceram três dos quatro confrontos anteriores, sendo que o último foi um empate.
"Eles perderam pontos contra o Brighton e, com o que estão tentando alcançar e a maneira como o Manchester começou, acho que é preciso buscar uma solução.
"Mas também estão com algumas lesões e nunca dá para subestimar o Tottenham jogando em casa, com sua própria torcida em um clássico do norte de Londres."