"Seria muito fácil (demiti-lo). Mas o problema não era dele, era nosso", revelou Gaspar ao jornalista João Castelo-Branco.
"Você tem que ver o seu elenco, e o que está acontecendo com o seu elenco. É culpa do treinador ou culpa do elenco?", questionou ele.
Logo após a chegada de Arteta, em 2019, o Arsenal sofreu com algumas goleadas e perdeu a vaga na Champions League para o rival Tottenham, mas manteve o treinador no cargo.
"Apresentei para o clube que o elenco que estávamos dando na mão do Mikel (Arteta) não era o melhor possível para ele. O problema era nosso, não era dele", afirmou o ex-jogador do Corinthians e dos Gunners.
"Ainda acreditamos que ele é a pessoa ideal para levar a gente para o nível que esperamos", acrescentou.
"Naquele momento ele não tinha o elenco que ele ou nós gostaríamos. Então, seria injusto", disse Edu, que defendeu: "A análise tem que ser fria".
O cartola, que fez parte da comissão técnica da Seleção Brasileira na Copa de 2018 antes de chegar ao Emirates, explicou também que "internamente estava tudo bem, só os resultados que não estavam vindo".
O Arsenal é o primeiro clube que Arteta dirige na carreira. Após três anos como assistente de Pep Guardiola no Manchester City, o catalão assumiu os Gunners em dezembro de 2019 com um contrato de quatro anos.
Passado, presente e futuro
Edu Gaspar disse que precisou mudar não só no elenco, "mas também quase todos os setores do clube" após se tornar o primeiro diretor esportivo da história do time.
"Mudamos muita coisa, da psicologia ao elenco, da gestão interna à mudança de departamentos e profissionais", contou.
"Não estamos nem ainda na metade desta jornada. Para as mudanças todas que estamos fazendo, três anos é pouco", afirmou.
"Tomamos decisões que foram impopulares. Tomar decisões quando o arredor não vê o que nós vemos é difícil", disse Edu, sobre alguns jogadores que dispensou do time no passado.
O ex-meia analisou também que "hoje as pessoas olham o Arsenal com uma perspectiva diferente, e isto é uma vitória do clube".
"Hoje o time mostra uma energia, um comprometimento, o Arteta bota o time para frente e isso vai criando uma conexão com os torcedores", ponderou o dirigente.
"Hoje vejo que as pessoas vão felizes para o Emirates", concluiu.