Quando o argentino abrir a porta de seu luxuoso escritório no campo de treinamento do Chelsea em Cobham, verá que sua bandeja já está transbordando.

O 12º lugar do Chelsea na Premier League foi o pior desde 1994 - dificilmente o que os novos coproprietários Todd Boehly e Behdad Eghbali imaginavam quando chegaram após o repentino colapso do império de Roman Abramovich.

Eles sancionaram gastos de cerca de 600 milhões de libras para aumentar o tamanho de uma equipe que se mostrou muito inferior às expectativas. 

Os resultados foram tão decepcionantes que dois treinadores foram demitidos nesta temporada: Thomas Tuchel, vencedor da Liga dos Campeões em setembro, e Graham Potter, o homem que Boehly disse que se encaixava em sua "visão" para o clube, depois de apenas 31 jogos.

Frank Lampard, grande ídolo do clube, dirigiu o navio até o final da temporada como técnico interino, mas conseguiu apenas uma vitória em seus nove jogos na Premier League no comando.

Não se pode culpar Lampard, mas para o americano Boehly, a nomeação do homem conhecido na mídia britânica como "Poch" simplesmente tem de dar certo.

É por isso que o recesso de verão será crucial para o clube do oeste de Londres, se ele quiser se restabelecer como um adversário em potencial do Manchester City, Arsenal, Manchester United e até mesmo do Newcastle United na próxima temporada.

Pior que está não fica

O lado positivo para o ex-técnico do Tottenham e do PSG, Pochettino, é que ele assume o comando do clube em um momento tão ruim que a lógica sugere que as coisas só podem melhorar.

Mas ele ainda enfrenta muitos desafios para que isso aconteça.

Em primeiro lugar, ele deve forjar uma equipe funcional à sua imagem a partir de um elenco inchado que precisa ser seriamente podado nas próximas semanas, à medida que o clube busca reduzir sua folha salarial.

Pochettino foi amplamente elogiado por seu trabalho no Tottenham, onde reviveu um clube com desempenho igualmente baixo e o transformou em candidato ao título e finalista da Liga dos Campeões, embora tenha saído sem ganhar nenhum título.

O ex-zagueiro argentino é conhecido por seu futebol pró-ativo e de alta pressão e parece ter sido feito sob medida para a tarefa em Stamford Bridge, mas precisará preencher as lacunas deixadas pela abordagem dispersa do clube na contratação de jogadores.

Bizarramente, apesar de todos os gastos generosos, o Chelsea não conseguiu resolver a falta de um atacante de alta qualidade, e também não substituiu de fato o zagueiro Antonio Rudiger.

Peças sem render

O dínamo do meio-campo, N'Golo Kante, não é mais a força que era, enquanto Mason Mount está supostamente perto de deixar o clube, apesar de os torcedores quererem que ele fique.

Pochettino também precisa tirar o máximo proveito do seu jovem compatriota, o meio-campista vencedor da Copa do Mundo Enzo Fernandez, que foi contratado por um recorde britânico de 106 milhões de libras, mas que se viu atolado na mediocridade ao seu redor.

Acima de tudo, Pochettino vai querer ter controle total de tudo o que acontece no campo e não vai gostar da abordagem prática que Boehly demonstrou durante o curto reinado de Potter.

Portanto, embora o Chelsea pareça ter encontrado o homem ideal para tirá-lo do buraco que cavou até agora, ele não está disposto a se preocupar com isso.