Posição de Enzo Fernández como reserva pode acelerar sua saída do Chelsea

Ele ainda está jogando. Na derrota para o Newcastle pela Copa da Liga Inglesa, na semana passada, Enzo foi titular e recebeu a braçadeira do técnico Enzo Maresca. Mas para as partidas que importam, como na Premier League, seu rosto não se encaixa.

O empate de domingo (3), em 1 a 1, com o Manchester United, foi o terceiro jogo consecutivo da liga em que Enzo começou no banco. Com Romeo Lavia em plena forma, o argentino passou a ficar de fora. 

"Antes de mais nada, é uma questão de equilíbrio", afirmou o técnico dos Blues na semana passada, ao falar sobre a configuração do meio-campo, que agora se beneficia da disponibilidade de Lavia e da recuperação de Moises Caicedo.

"Neste momento, Romeo e Moises nos dão fisicalidade e força no meio. Caso contrário, quando jogamos com Enzo, Moises ou Romeu precisam estar ao seu lado. Quando o Enzo se movimenta, temos um pouco de dificuldade no meio em termos de fisicalidade. Isso é algo que, no momento, Moises e Romeo nos dão", justificou o treinador. 

Essa estrutura do meio-campo é simples de ser lida. Maresca quer dois jogadores fortes como base. Jogadores com presença física, capazes de colocar o pé no chão e subir e descer pelo gramado. Caicedo e Lavia atuam efetivamente como os dois destruidores escolhidos por Maresca para criar a plataforma para Cole Palmer fazer o seu trabalho.

Terceira opção

Isso não quer dizer que Enzo não possa se envolver. Ele tem isso em seu jogo. Mas, em termos dos requisitos físicos para vencer batalhas no meio-campo em nível de Premier League, Maresca deixou claro que Caceido e Lavia lhe oferecem mais segurança.

"Ele não está jogando neste momento", continuou Maresca, ao falar de Enzo, "mas temos muitos jogos e ele vai jogar no futuro. Agora, ele não está jogando.

"Isso não significa que ele não jogará em dois dias e não significa que Romeu e Moises sempre jogarão. No momento em que um deles cair, podemos mudar isso."

Essencialmente, Enzo é o único que está fora. Ele será escalado em rodízio. Mas o Jovem Jogador da Copa do Mundo de 2022, que ajudou a Argentina a vencer o Mundial no Catar, sabe bem que o momento agora é de esperar por oportunidades. 

Alto investimento

Para qualquer outro jogador, essa seria uma situação a ser aceita, servindo de motivação para se empenhar e provar que o técnico está errado. Mas a situação de Enzo não é a da maioria dos jogadores. Ele foi um investimento do Chelsea de 120 milhões de euros. Uma escolha feita pessoalmente por Behdad Eghbali, co-proprietário do clube.

Isso não estava no roteiro. E você se pergunta por quanto tempo isso será tolerado. Claro, as opções de meio-campo do Chelsea são escassas. Mas ter um jogador de 120 milhões de euros como reserva é uma situação que pode não durar muito tempo.

Vale considerar como Enzo e sua equipe vão encarar a situação. O jogador pode - e, na Argentina, dizem que deve - jogar mais avançado. Mas, assim como aconteceu com Lavia e Caicedo, Maresca já tem seu esquema baseado em Palmer. O talento e o potencial de Enzo parecem não ser suficientes para ele se encaixar no time londrino.

Concorrência de olho

Estamos falando do Chelsea de Maresca. Além de Stamford Bridge, a reputação de Enzo permanece intacta e não é de surpreender que intermediários de clubes já estejam fazendo consultas. O Barcelona foi mencionado, a Inter de Milão também. E eles não estarão sozinhos. Maresca pode não ser capaz de fazer com que as coisas funcionem no seu time, mas os dirigentes de outros clubes adorariam contar com um jogador como Enzo.

Isso não é uma crítica a Maresca. Ele tem seu sistema e está funcionando. É simplesmente o caso de Enzo, pelo que pode oferecer. 

"Acho que é muito difícil, na nossa maneira de jogar, encontrar um meio-campista que possa atacar como um meia-atacante e defender como um volante. Por exemplo, o Arsenal está usando Declan Rice, que joga com a bola como um meia-atacante e defende como um meia-armador; o City, no passado, usou (Ilkay) Gundogan; atacando como um meia-atacante e defendendo como um meia-armador", comenta Maresca. 

Basicamente, o treinador está buscando um meio-campista completo. Mas, no momento, isso é algo que ele não tem. Em vez disso, ele está fazendo malabarismos para encontrar uma solução de três homens para um trabalho de dois. E está funcionando.

Simples de ler. Fácil de entender. Mas isso não adianta para Enzo, nem ajuda a justificar o investimento feito nele. O Chelsea não pode ter um reserva de 120 milhões de euros. Tal realidade já é monitorada, de perto, por alguns dos maiores clubes da Europa.