Armando Evangelista sobre a saída do Goiás: "Aceito troca de ideias, mas imposições não"
O treinador, que conduziu o Arouca, de Portugal, até às competições europeias, revelou ter ficado surpreendido com a decisão da diretoria do Goiás em dispensar seus serviços quando já planejava situações para 2024.
"Não guardo rancor ou mágoa de nada, nem de ninguém. Temos as coisas bem resolvidas em relação ao caminho que queremos seguir. Desejo o melhor para o Goiás", começou por dizer Evangelista, em declarações à Rádio Bandeirantes, antes de explicar o processo até à sua saída.
"Quando somos contratados para desempenhar determinado papel dentro de um clube, é porque quem contrata acredita naquilo que fazemos.
"Se nos contratam, é para tomarmos decisões e sair da nossa cabeça aquilo que pretendemos para a equipe. É importante que haja conversa, troca de opiniões ou pontos de vista divergentes", pontua, antes de prosseguir.
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Palavra final
"É óbvio que a última decisão tem que ser minha. Eu é que defino a estratégia e o modelo de jogo. Há jogadores que encaixam e outros não. Aceito a troca de ideias de bom grado, mas imposições não", afirmou, mostrando o incômodo que teve com a postura da diretoria antes de definir pela sua saída.
"Quem quer se impor, tem que se assumir e ir para a frente da equipe. Se sou eu quem dou a cara, as decisões têm que sair da minha cabeça. Nem sempre de acordo com algumas pessoas, mas tudo foi feito com as minhas convicções. Estou com a consciência tranquila", justificou.
"O principal obstáculo foi o timing da nossa entrada. Chegamos com o campeonato em andamento, não tivemos a possibilidade de poder escolher o elenco. No mercado de agosto tentou-se ajustar, de alguma forma, e colocar a equipe o mais competitiva possível, com alguma profundidade"
"A verdade é que, mesmo em termos de contratações, houve divergências. Não conseguimos contratar aquilo que pretendíamos e aquilo que nos fez acreditar no projeto. Esse foi um dos primeiros obstáculos que encontramos", salienta.
Mudanças que não aconteceram
"Depois, era necessário profissionalizar o clube, criando alguns departamentos, como o scouting. O Goiás, se não tem capacidade para contratar jogadores prontos, tem que ser o primeiro a chegar aqueles que estão a despontar. Era algo que estava nos nossos planos. É um trabalho que leva tempo", prosseguiu.
Questionado se foi pego de surpresa com a decisão, Armando Evangelista foi taxativo: "Estava convencido que as pessoas já tinham percebido qual era o projeto e ideia, mesmo em termos de direção.
"Já tinha recebido abordagens para continuar e renovar o meu contrato. Tudo levava a crer que queriam a minha continuidade. Por isso, não deixou de ser uma surpresa".
Sobre o futuro, o treinador português revelou que tem recebido algumas abordagens e não escondeu o desejo de voltar ao Brasil.
"Têm existido algumas abordagens. Por uma questão de respeito, não vou dizer de onde são. Essas abordagens necessitam de análise, para saber qual o melhor passo. Agora, uma coisa é certa: penso voltar ao Brasil, porque a Série A é qualquer coisa de fantástico. Há muita qualidade e não há nada que me dê mais gosto do que potencializar jogadores", completa.