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Armando Evangelista sobre a saída do Goiás: "Aceito troca de ideias, mas imposições não"

Rodrigo Coimbra
Armando Evangelista se despediu do Goiás no dia 14 de novembro
Armando Evangelista se despediu do Goiás no dia 14 de novembroTwitter/Goiás
Duas semanas após ter se despedido do Goiás, o técnico Armando Evangelista explicou os motivos que conduziram à sua demissão.

O treinador, que conduziu o Arouca, de Portugal, até às competições europeias, revelou ter ficado surpreendido com a decisão da diretoria do Goiás em dispensar seus serviços quando já planejava situações para 2024. 

"Não guardo rancor ou mágoa de nada, nem de ninguém. Temos as coisas bem resolvidas em relação ao caminho que queremos seguir. Desejo o melhor para o Goiás", começou por dizer Evangelista, em declarações à Rádio Bandeirantes, antes de explicar o processo até à sua saída.

Evangelista admitiu ter sido pego de surpresa com sua demissão
Evangelista admitiu ter sido pego de surpresa com sua demissãoProfimedia

"Quando somos contratados para desempenhar determinado papel dentro de um clube, é porque quem contrata acredita naquilo que fazemos.

"Se nos contratam, é para tomarmos decisões e sair da nossa cabeça aquilo que pretendemos para a equipe. É importante que haja conversa, troca de opiniões ou pontos de vista divergentes", pontua, antes de prosseguir.

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Palavra final

"É óbvio que a última decisão tem que ser minha. Eu é que defino a estratégia e o modelo de jogo. Há jogadores que encaixam e outros não. Aceito a troca de ideias de bom grado, mas imposições não", afirmou, mostrando o incômodo que teve com a postura da diretoria antes de definir pela sua saída.

"Quem quer se impor, tem que se assumir e ir para a frente da equipe. Se sou eu quem dou a cara, as decisões têm que sair da minha cabeça. Nem sempre de acordo com algumas pessoas, mas tudo foi feito com as minhas convicções. Estou com a consciência tranquila", justificou.

Goiás com contas da manutenção muito complicadas
Goiás com contas da manutenção muito complicadasFlashscore

"O principal obstáculo foi o timing da nossa entrada. Chegamos com o campeonato em andamento, não tivemos a possibilidade de poder escolher o elenco. No mercado de agosto tentou-se ajustar, de alguma forma, e colocar a equipe o mais competitiva possível, com alguma profundidade"

"A verdade é que, mesmo em termos de contratações, houve divergências. Não conseguimos contratar aquilo que pretendíamos e aquilo que nos fez acreditar no projeto. Esse foi um dos primeiros obstáculos que encontramos", salienta. 

Armando Evangelista mostrou interesse em retornar ao futebol brasileiro
Armando Evangelista mostrou interesse em retornar ao futebol brasileiroGoiás EC

Mudanças que não aconteceram

"Depois, era necessário profissionalizar o clube, criando alguns departamentos, como o scouting. O Goiás, se não tem capacidade para contratar jogadores prontos, tem que ser o primeiro a chegar aqueles que estão a despontar. Era algo que estava nos nossos planos. É um trabalho que leva tempo", prosseguiu.

Questionado se foi pego de surpresa com a decisão, Armando Evangelista foi taxativo: "Estava convencido que as pessoas já tinham percebido qual era o projeto e ideia, mesmo em termos de direção. 

"Já tinha recebido abordagens para continuar e renovar o meu contrato. Tudo levava a crer que queriam a minha continuidade. Por isso, não deixou de ser uma surpresa".

Os últimos resultados do Goiás
Os últimos resultados do GoiásFlashscore

Sobre o futuro, o treinador português revelou que tem recebido algumas abordagens e não escondeu o desejo de voltar ao Brasil.

"Têm existido algumas abordagens. Por uma questão de respeito, não vou dizer de onde são. Essas abordagens necessitam de análise, para saber qual o melhor passo. Agora, uma coisa é certa: penso voltar ao Brasil, porque a Série A é qualquer coisa de fantástico. Há muita qualidade e não há nada que me dê mais gosto do que potencializar jogadores", completa.