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Entrevista: Bolívar vê Inter no caminho certo e relembra período no Botafogo

Bolívar participou de evento do Flashscore em Porto Alegre
Bolívar participou de evento do Flashscore em Porto AlegreDesirée Ferreira/Flashscore
Fabian Guedes não é um nome muito conhecido. Mas a situação muda de figura ao mencionar Bolívar, ídolo do Internacional e bicampeão da Libertadores. O apelido é uma homenagem ao pai, sua maior inspiração no futebol. Em entrevista exclusiva ao Flashscore, o ex-zagueiro analisou o momento do Colorado, relembrou a passagem pelo Botafogo e elegeu os melhores defensores do país.

Bolívar foi um dos convidados especiais do evento do Flashscore em Porto Alegre na última semana. Aos 43 anos, o ex-jogador trocou a capital gaúcha por Capão da Canoa, no litoral do estado. O ídolo colorado chegou a iniciar a carreira de técnico depois de pendurar as chuteiras, mas está fora do mercado.

Na conversa com o Flashscore, Bolívar mostrou otimismo para a sequência do Inter no Brasileirão, após a traumática eliminação nas semifinais da Libertadores. O "General" também comentou sobre a saída polêmica do Botafogo, em 2014, e revelou que está na torcida pelo tricampeonato brasileiro do Alvinegro.

Bolívar conversou com o Flashscore durante evento em Porto Alegre
Bolívar conversou com o Flashscore durante evento em Porto AlegreDesirée Ferreira/Flashscore

Confira abaixo os principais trechos da entrevista.

Como a derrota para o Fluminense na Libertadores afetou o Inter? A vitória no Grenal, logo em seguida, já fez o time virar a chave?

O Inter foi muito machucado por essa eliminação na Libertadores. Criou-se uma expectativa muito grande no torcedor, depois de ter uma campanha eliminando River Plate e Bolívar. E um grande primeiro jogo contra o Fluminense, no Rio. Foi um balde de água fria.

Mas o futebol é apaixonante porque te dá a oportunidade de recuperação logo em seguida. O Inter conseguiu reverter essa situação dentro de casa, estando em uma situação muito incômoda na tabela. Nada melhor do que vencer um Grenal para poder adquirir novamente essa confiança com o torcedor. E para a competição também, para que possa começar a somar pontos para brigar por uma vaga na Libertadores novamente.

Ainda dá para buscar essa vaga na Libertadores?

Acho que sim. O Inter é uma equipe muito preparada. Infelizmente, às vezes as coisas acontecem em uma derrota, e não é por isso que está tudo errado. O Inter se mostra uma grande equipe, mostrou isso no clássico. E agora, com a sequência de jogos que vai ter pela frente, acredito que vai brigar também por uma vaga na Libertadores.

Bolívar foi o capitão do Inter na conquista da Libertadores em 2010
Bolívar foi o capitão do Inter na conquista da Libertadores em 2010Profimedia

O Inter não conquista títulos de grande expressão desde a Libertadores 2010, com você como capitão. O que é preciso fazer para voltar ao ciclo vitorioso? O clube está no caminho certo?

Acho que sim. A gente sempre fala que a continuidade do elenco é muito importante, e o Inter não vem conseguindo fazer isso nos últimos anos. Então, esperamos que o time de agora possa ser mantido para a próxima temporada. A continuidade do trabalho te leva a conquistar os objetivos. Esperamos que o Inter possa ter essa continuidade para voltar a brigar por títulos.

Tivemos o título da Libertadores em 2010 e o da Recopa Sul-Americana em 2011. Já estamos falando de 12 anos sem um título de expressão, e o torcedor foi acostumado com títulos seguidos. Por ser colorado, a gente torce para que possa ter uma continuidade para a próxima temporada para poder brigar por títulos.

A geração atual de zagueiros da Seleção Brasileira tem jogadores como Marquinhos, Gabriel Magalhães, Bremer e Nino. Você confia neles?

É uma geração muito bacana. A gente vê aí o Marquinhos há tanto tempo. Apesar da pouca idade (29 anos), já é capitão no Paris Saint-Germain, tem uma bagagem de Copa do Mundo. Isso é importante.

Os novos jogadores, como Ibañez e o próprio Nino, vêm buscando seu espaço, e acredito que o Diniz vai dar continuidade a eles. A gente sabe que a Seleção, como todo clube, precisa de continuidade. Esses jogadores vêm se calejando, ganhando experiência em competições internacionais. O Brasil está muito bem servido de zagueiros.

Bolívar em evento do Flashscore em Porto Alegre
Bolívar em evento do Flashscore em Porto AlegreDesirée Ferreira/Flashscore

E no futebol brasileiro, quem são os principais zagueiros da atualidade?

Gosto muito do Vitão. Não por estar jogando no Inter, mas é um zagueiro com muito potencial, rápido, técnico, de muita qualidade. O próprio Nino, um cara também muito interessante, que é capitão no Fluminense. Vai ter a grande oportunidade de levar o Fluminense a um título da Libertadores e ser o capitão. Esses jogadores são interessantes.

Você participou do ótimo ano do Botafogo em 2013, com Seedorf e cia, mas viveu um 2014 conturbado, com saída polêmica. Como foi aquela passagem?

Em 2013, a gente teve um dos melhores times dos últimos anos. Fomos campeões cariocas com nosso grande maestro, o Seedorf, que era um cara exemplar dentro e fora de campo. Foi muito prazeroso jogar ao lado dele. A gente fez um brilhante Campeonato Brasileiro, terminou em 4º lugar e classificou o Botafogo para uma Libertadores depois de 17 anos.

E aí acabaram acontecendo todas aquelas ocasiões de tantos salários atrasados, fundo de garantia, INSS… Por ser líder daquela equipe, junto com Emerson Sheik, Júlio César e Edilson, a gente acabou tomando frente. Não por cobrar, mas por pedir uma satisfação pelo fato de ter feito um 2013 com tudo direitinho, com as condições perfeitas, e por isso os resultados apareceram... e em 2014 veio tudo aquilo.

É muito triste. Se continuássemos, acredito que o Botafogo não seria rebaixado. Nós éramos os pilares daquela equipe. Mas sou muito feliz por ter vestido uma camisa tão tradicional.

Bolívar teve saída conturbada do Botafogo em 2014
Bolívar teve saída conturbada do Botafogo em 2014Flashscore/Botafogo

Quase 10 anos depois de sua saída, o Botafogo é líder isolado do Brasileirão. O título é questão de tempo?

A gente sabe que está muito próximo. Está nas mãos do Botafogo ser campeão brasileiro. O time acabou oscilando em algumas rodadas, mas mostrou na última (contra o Fluminense) que está muito forte na briga pelo título. Eu, como colorado e botafoguense, torço para que o Botafogo possa ser campeão.

A SAF é uma solução para resolver esse problema crônico dos salários atrasados no futebol brasileiro?

Acredito que sim. O clube passa a ter um dono, uma pessoa que vai mandar. Porque em clubes, às vezes, são muitas pessoas com um poder muito grande que não têm conhecimento a fundo sobre o futebol. E quando você tem uma SAF, uma pessoa que coordena e vai mandar, isso é muito importante.

Sem falar no dinheiro, porque os clubes não sobrevivem sem isso, e a gente sabe o quanto é importante um clube com suas dívidas pagas e sanadas. Acho que isso vai ser uma tendência, principalmente no futebol brasileiro, pela crise que alguns clubes enfrentam. A gente torce para isso acontecer, para que possa ter um Campeonato Brasileiro muito nivelado sempre.