Ídolo do Liverpool, Lucas também analisou o momento do clube inglês. Ele segue confiando no trabalho de Jürgen Klopp e mostra otimismo para a reta final da temporada dos Reds. O jogador recém-aposentado conversou com o Flashscore durante o Sports Summit, evento que reuniu líderes da indústria esportiva, no Pacaembu, em São Paulo. Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
Como foi o processo de definição da aposentadoria, diante de um problema tão sério? E como você está se sentindo com esta decisão?
Foi difícil. Veio de forma repentina, surpresa. Mas tento olhar para o lado positivo. Estou tendo a oportunidade de conhecer outras coisas. Já estava planejando o encerramento, mas não para agora, e sim daqui a alguns anos. E isso, de alguma forma, facilitou a decisão. Agora é agregar conhecimento, conhecer pessoas e entender o mercado do futebol, que é enorme. Principalmente do futebol brasileiro, que tem muito a evoluir. Tem muita coisa que a gente pode fazer para ajudá-lo a melhorar ainda mais.
Você veio em um evento sobre negócios do esporte. Isso já tem a ver com a nova carreira? Existe algum cargo encaminhado no Grêmio?
Participar de eventos como este te agrega conhecimento. Ainda não tenho uma função definida, mas estou em processo de transição, vendo em qual setor eu me encaixaria melhor. E aproveitando para agregar conhecimento e conhecer pessoas novas, do “outro lado” do futebol. A gente vive muito no campo, e acaba não conhecendo as pessoas que ajudam o futebol de outra forma.
Mas vai ficar no Grêmio, então?
Ainda estou em processo de discussão contratual. E também ver onde eu posso me encaixar. Acho que o importante é poder agregar. Se eu sentir que posso agregar e o Grêmio também, com certeza teremos uma evolução positiva.
Você ainda tem contrato em vigor com o Grêmio, e segue vivendo a rotina do clube. Qual é o planejamento para esta temporada? A meta é uma vaga na Libertadores ou pensam em algum título expressivo?
O Grêmio sempre entra nas competições pensando em vencer. O Brasileirão é muito difícil, principalmente nos jogos fora de casa. Só dois times ganharam as duas primeiras partidas, isso mostra a dificuldade que vai ser. São muitos fatores, como lesões, viagens e desgaste, que vão determinar se o Grêmio briga lá em cima na tabela.
Falar de títulos é sempre muito difícil porque depende de muitos fatores. Vencemos dois torneios este ano, o Gauchão e a Recopa Gaúcha. Obviamente a Copa do Brasil é um campeonato em que o Grêmio tem uma história maravilhosa, e passando de fase já se coloca como um time que pode pensar em algo melhor.
E o Liverpool? Já fez algum contato com você após o fim da carreira?
O Liverpool foi o clube em que mais joguei. Foram 10 anos, a identificação é enorme. Estou em contato frequente com eles, ainda tenho muitos amigos dentro do clube. No momento certo, com certeza irei a Liverpool, acompanhando os jogos e representando o clube de alguma forma. Como falei, ainda é muito cedo, está tudo muito recente. Tenho que ter tranquilidade para, aos poucos, alinhar essas oportunidades que vão aparecendo.
Como você avalia a fase atual do Liverpool? O time tenta uma arrancada para chegar ao G4, mas vive uma temporada instável.
Foi um ano difícil. Na temporada passada, o Liverpool chegou em todas as finais, ganhou dois títulos, perdeu a final da Champions, foi segundo da Premier League. Este ano realmente foi mais difícil. O ciclo de alguns atletas talvez esteja terminando. Acredito que terá uma renovação enorme do plantel na próxima temporada.
E como fica Jürgen Klopp neste processo?
O Jürgen é um cara que sabe fazer a gestão. Com certeza ele identificou os problemas, e na próxima temporada o Liverpool vai vir muito forte. Eu tenho certeza disso. E também tenho convicção de que o Liverpool vai estar na próxima Liga dos Campeões, porque tem um plantel suficiente para se classificar. Ainda está perto do G4, faltando seis jogos, então acredito que tem, sim, como alcançar a quarta colocação.
Então você acha que o Klopp fica para tocar esta renovação do elenco?
Tenho certeza que sim.
