Luís Castro nega acerto com Al-Nassr e diz que decisão sai nesta sexta (30)
Castro disse que teve uma reunião com John Textor na última terça-feira (27). O possível interesse do Al-Nassr foi um dos temas da conversa. O técnico e o dono da SAF do Botafogo combinaram um novo encontro, para quando a proposta do clube saudita fosse oficial. A oferta chegou na quarta (28).
"Essa reunião será amanhã (sexta). Portanto, só vou tomar uma posição após a reunião entre o agente, o advogado e o clube. A partir daí, digo alguma coisa sobre tudo aquilo que passou. Não é de bom tom da minha parte aceitar o que quer que seja sem, primeiro, haver conversas entre as partes", afirmou Luís Castro.
Em tom de despedida, o treinador listou as melhorias do clube em seu período, como os treinos no CT e o novo gramado do Nilton Santos. Castro lembrou que o Botafogo estava na Série B e sofria com vários problemas, mas agora possui um elenco competitivo, que lidera o Brasileirão e está vivo na Sul-Americana.
"O conceito família não depende de uma pessoa. Muitas vezes, uma família existe, e o pai tem que sair para o estrangeiro para trabalhar e sustentar essa família. A família não se desune. Quando se ama, ama-se mesmo ao longe. Não é preciso estar junto. E se eu tomar a decisão de partir após a reunião de amanhã (sexta), sei que há um conceito de família Botafogo que fica aqui instalado", disse o técnico.
"E sei que há um conceito de espírito vencedor que ficará aqui instalado. E um elenco que fica aqui pronto para todas as batalhas que vêm pela frente. Fique ou parta, o Botafogo é muito maior que as pessoas. O Botafogo tem um caminho de prestígio, e jamais será maltratado como maltrataram durante muitas vezes. Agora, o Botafogo merece o respeito de todos, através de grandes batalhas que nós travamos."
Questionado se houve uma mudança interna que justificasse a saída, o técnico se irritou. Castro falou sobre "melhores condições de vida possíveis" para os filhos e reforçou que o Botafogo não depende de uma pessoa.
"Quando aparece uma oportunidade de trabalho, o que você faz? Pensa nela ou põe de lado? Depende, não é? É como todos que estão aqui nesta sala, sem exceção. Nós não podemos ser hipócritas. Para cima de mim, não. Vocês já sabem que eu sou olho no olho. Todos vocês procuram suas melhorias, todos vocês olham para seus filhos", argumentou.
"Eu sei aquilo que nós construímos aqui, não tenho dúvida. Hoje é um Botafogo diferente, queiram ou não queiram. E não depende de uma pessoa. Se eu sair, o Botafogo vai continuar. André Mazzuco, Júlio (Gracco), Alessandro (Brito)… vai continuar. O Botafogo não depende de ninguém. Depende só do seu prestígio e da sua história honrada."
Vaias e xingamentos
Luís Castro foi hostilizado pela torcida do Botafogo no Nilton Santos. O técnico foi vaiado quando seu nome apareceu no telão e ouviu muitos xingamentos na partida contra o Magallanes. Alguns alvinegros protestaram com cédulas falsas, em alusão à proposta da Arábia Saudita.
"Entendo a torcida a me xingar. É uma torcida emocional, e um elemento que eles gostam tanto pode partir. Naturalmente, tem que partir para cima de mim. Eu entendo. A torcida eu entendo sempre", minimizou Castro.