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Opinião: O botafoguense merecia honestidade e não rodeios, Luís Castro

Luís Castro está a caminho do futebol árabe
Luís Castro está a caminho do futebol árabeVitor Silva/Botafogo
Todo mundo sabe que o mundo do futebol é um constante sobe e desce. Há pouco tempo, Luís Castro convivia com pedidos de saída e xingamentos. Mas passada a turbulência, ele ganhou o respeito da torcida do Botafogo. Uma relação novamente estremecida com a insistência do treinador em não ser honesto o suficiente sobre sua situação e a proposta do mundo árabe.

Todos nós estamos em busca da qualidade de vida, Luís Castro. E qualquer profissional, em qualquer área, será sempre atraído por locais e condições financeiras que lhe ofereçam estabilidade e a oportunidade de crescimento. 

É totalmente justo que um treinador busque isso também para sua vida. Afinal de contas, nada é mais volátil que a relação que esses profissionais carregam em suas costas, ainda mais no futebol brasileiro, conhecido por não propiciar tempo a qualquer técnico. 

Luis Castro contra o Palmeiras, de Abel Ferreira
Luis Castro contra o Palmeiras, de Abel FerreiraVitor Silva/Botafogo

Luís Castro teve tempo. O que é raro. 

A mentalidade da SAF é outra e as decisões são baseadas em um caráter mais empresarial do que passional. A direção do Botafogo segurou o "rojão" de Luís Castro quando tudo conspirava contra e a própria torcida o defenestrava nas redes. 

Mas a mesma honestidade e cumplicidade não foi vista por parte do treinador. Ao menos quando a palavra lhe foi dada. Todas as coletivas de imprensa e entrevistas sobre o tema foram vazias, com palavras atravessadas, declarações com fundo misterioso e, até mesmo, responsabilidades passadas a terceiros, como a insistência do treinador em falar que o futuro cabia ao seu agente. 

O Botafogo de Luis Castro e Tiquinho Soares
O Botafogo de Luis Castro e Tiquinho SoaresVitor Silva/Botafogo

Todo esse clima de rodeios, de floreios e meias palavras trouxeram ao Botafogo um clima instável e criou na torcida um sentimento de aversão ao treinador. Fato comprovado com os xingamentos direcionados a ele na partida contra o Magallanes, nesta quinta-feira, pela Copa Sul-Americana. 

Por mais que entendamos que o futebol possui seu modus operandi e que as negociações precisam, por vezes, de silêncio, Luís Castro não agiu bem na condução de seu dilema com o Botafogo. 

Desgastou a si próprio e ao o elenco, visivelmente incomodado e desconfortável com o tema, como foi possível ver na expressão corporal do volante Tchê Tchê na coletiva de imprensa após o jogo da Sul-Americana. Além disso, desgastou a diretoria e o próprio torcedor. 

Botafogo, de Luis Castro, lidera o Brasileirão
Botafogo, de Luis Castro, lidera o BrasileirãoVitor Silva/Botafogo

Em todas as relações na vida, devemos prezar pelo "sim" e pelo "não". Já deveríamos estar acostumados que não existe verdade que dure 24 horas no futebol. Mas nem por isso devemos considerar todas as situações como normais e corriqueiras. 

Faltou honestidade. Luís Castro poderia ter sido direto. O torcedor do Botafogo merecia esse profissionalismo por parte do treinador. Deixar as coisas na "luz" e não nas "trevas". No fim, só restará mágoas, de ambas as partes e um sentimento de projeto abortado. 

É claro que não há a certeza de que a sequência de Luís Castro fará do Botafogo campeão brasileiro. Mas também é claro que a ruptura pode provocar marcas profundas em um processo que parecia destinado a voos mais altos.