"Os torcedores gostam do Palmeiras, mas gostam mais de ganhar", diz Abel após críticas
O revés no clássico, de virada, foi o terceiro seguido do Alviverde na Série A.
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O resultado deixa o Palmeiras a 10 pontos do líder Botafogo poucos dias depois da eliminação na Copa Libertadores.
"É normal passar por um período de turbulência, como nós estamos passando, sim, porque não ganhamos e agora temos que aguentar as pancadas. Os torcedores gostam do Palmeiras, mas gostam mais de ganhar", afirmou o técnico na coletiva na Arena Barueri.
"Os meus jogadores têm todo meu orgulho, admiração e respeito. Comigo tem crédito, comigo e com os verdadeiros palmeirenses. Com os torcedores da vitória, vamos ter que levar com o pau", analisou.
"Há sinais que têm que ser lidos. Não é assim que vejo o 'todos somos um'. Tenha certeza que todos fazem o melhor para ajudar o clube, viemos de uma eliminação dura para todos, para mim, para os jogadores, são sempre momentos difíceis onde o lado emocional está muito em cima", disse o técnico, sobre as críticas da torcida.
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"Fico triste porque o espírito do 'todos somos um' fica beliscado, a harmonia tem que existir porque nossos adversários têm que estar fora, tem que ser o Boca, o Santos, o Flamengo, o Corinthians, os outros", acrescentou.
Abel também revelou que alguns jogadores que deixaram o clube neste ano pediram para sair porque estavam sendo ameaçados por torcedores.
"O problema desses moleques não é a qualidade deles, mas a agressividade das críticas que fazem aos novos jogadores no geral. É a agressividade com que se diz que hoje o Endrick é o melhor do mundo e na semana seguinte tem que ir para os juniores porque não está numa fase boa. É isso que mata os jogadores, uma crítica tão agressiva e violenta que os mata", explicou o português.
Sem inspiração
Abel Ferreira culpou o "capricho na finalização" pela derrota contra o Santos, dizendo que seus jogadores estão "pouco inspirados e criativos".
"Há coisas que não consigo dizer. Por que o López passou a bola para o lado e não assumiu (a finalização). Nós estamos aqui para assumir as responsabilidades deles, sou eu que escolho, eu que os escalo", disse o treinador.
"Tenho que assumir, fomos passarinhos na forma como tomamos os gols", disse ele, dizendo que a equipe falhou defensivamente tanto contra o Boca Juniors, como contra o Santos.
"Sabíamos que na segunda parte iríamos sofrer, que vínhamos de uma derrota pesada (contra o Boca), que isso iria entrar no subconsciente dos jogadores. Sabíamos que nos últimos minutos estaríamos cansados, era fundamental fazer o primeiro tempo como fizemos", analisou Abel.
"Temos que aguentar as críticas. Não gosto quando idolatram, nós não salvamos vidas. Quando as coisas correm bem, transformamos os jogadores em Deus, e quando se perde, transformam em lixo. E não é assim, todos temos coisas boas e coisas más. O futebol brasileiro é muita emoção".
O técnico admitiu que o time "perdeu maturidade" com a saída de jogadores experientes e cravou: "não é preciso fazer muitas mudanças, é preciso fazer as mudanças certas".