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Caos em Brescia: ultras se revoltam após rebaixamento da equipe à Série C

Josias Pereira e Giulia Polidoro
O lançamento de sinalizadores no gramado do estádio Rigamonti
O lançamento de sinalizadores no gramado do estádio RigamontiProfimedia
Sinalizadores, invasão de campo e uma situação que só foi contida após a intervenção de 100 policiais da tropa de choque. O presidente da Lega B, Mauro Balata, condenou o ocorrido: "O que aconteceu em Brescia é injustificável em todos os aspectos e deve ser condenado com veemência".

Foi uma noite difícil em Brescia, onde a cidade não só teve de lidar com o amargo rebaixamento do Rondinelle para a Série C, mas também com mais um episódio de violência dos ultras em um estádio italiano.

Após o gol de empate do Cosenza aos 50 minutos do segundo tempo, que decretou a salvação dos calabreses, os torcedores locais foram protagonistas de cenas lamentáveis, arremessando sinalizadores, além de uma tentativa de invasão do gramado que só foi interrompida pela intervenção da polícia.

A partida ficou suspensa por mais de 25 minutos antes do apito final, que ocorreu quando os jogadores já estavam nos vestiários.

Cenas desesperadoras foram vistas no Rigamonti
Cenas desesperadoras foram vistas no RigamontiTeleNicosia/Reprodução

Caos fora do estádio

A raiva dos ultras do Brescia, no entanto, continuou fora do estádio. Mais uma vez, os ultras se envolveram em confrontos violentos com a polícia, explodindo fogos de artifício e sinalizadores em protesto contra o clube.

A situação culminou com o incêndio de um carro, o do lateral do Brescia, Matthieu Huard. Nesse meio tempo, uma avaliação inicial das autoridades relatou três feridos, incluindo um comissário de bordo.

Equipes confinadas no Rigamonti

Após o anúncio oficial do rebaixamento para a Série C, as duas equipes foram obrigadas a se refugiar nos vestiários. Mesmo após o anúncio da interrupção definitiva da partida, os jogadores e suas famílias permaneceram em Rigamonti esperando que a situação voltasse ao normal, só conseguindo deixar o estádio no meio da noite para evitar mais confusões com os torcedores do lado de fora.

Balata: "Fatos injustificáveis

Torcedores atiraram sinalizadores no gramado
Torcedores atiraram sinalizadores no gramadoReprodução/DAZN

Após o triste episído em Rigamonti, o presidente da Lega B, a segunda divisão italiana, Mauro Balata, se manifestou e expressou sua decepção com os acontecimentos.

"O que aconteceu em Brescia é, sob todos os aspectos, injustificável e deve ser condenado com veemência. No entanto, estou desanimado e profundamente abalado. Nos cerca de seis anos de minha presidência, nunca houve episódios de violência como os que testemunhamos ontem à noite no estádio Rigamonti", lamentou Balata.

"Pelo contrário, nossa divisão sempre se distinguiu pela ausência de agressão e discriminação. Sinto-me derrotado. Pergunto-me, e acho que todos nós devemos nos perguntar, por que tamanha violência pode ocorrer em um evento esportivo que deveria gerar alegria", diz a nota.

O dirigente concluiu seu comunicado com bastante tristeza e destacando a atuação das forças policiais. "Quero expressar minha proximidade com os vencedores e os derrotados, com todos aqueles que sofreram e sentiram medo e desânimo na noite de quinta-feira, com os dois clubes, com os muitos torcedores e entusiastas verdadeiros, com as autoridades e forças policiais que se empenharam em conter a loucura e que arriscaram sua segurança, mas também quero entender e abordar essa situação diretamente com as instituições da cidade e com todos aqueles que têm um senso de respeito e amor verdadeiro pelo esporte, mesmo quando perdem", declarou.

"Que o que aconteceu não seja esquecido com o passar da emoção do momento, mas, ao contrário, se torne uma oportunidade de reflexão e confronto. Somente dessa forma poderemos evitar outros episódios semelhantes", finalizou Balata.