Olympiacos x Panathinaikos: líderes da liga grega duelam na "Mãe de Todas as Batalhas"
Atenas é o lar dos três clubes mais bem-sucedidos do futebol grego. Olympiacos, Panathinaikos e AEK conquistaram juntos 80 títulos da liga local.
Desde a fundação do campeonato grego em 1927, apenas sete edições não tiveram um dos clubes do trio de ferro como campeão.
O AEK é o atual campeão, mas o clássico mais intenso da cidade, e de todo o futebol grego, é o confronto entre Olympiacos e Panathinaikos.
Olympiacos: o olimpo do futebol grego
O Olympiacos foi fundado em 1925 em Pireu, uma cidade portuária que agora faz parte do município de Atenas. O simbolismo do clube, que é lar de 15 modalidades diferentes, remete aos ideais olímpicos de qualidade esportiva suprema.
O time foi o último do trio de ferro a ser fundado, mas reina absoluto em termos de títulos no futebol grego – a equipe é recordista de títulos nacionais com 79 troféus.
Panathinaikos: o Verdão com sangue irlandês
O Panathinaikos foi fundado em 1908 como o Clube de Futebol de Atenas. Mais tarde, foi renomeado para Clube Atlético Panathinaikos por reunir atletas de várias disciplinas e por representar toda a capital do país (o prefixo "pan" quer dizer "todo, totalidade").
O verde e o trevo no emblema da agremiação são uma homenagem ao corredor que venceu a maratona dos chamados "Jogos Intermediários" - as olimpíadas gregas da época - de 1906.
Os resultados dos Jogos Intermediários foram posteriormente removidos das estatísticas oficiais pelo Comitê Olímpico Internacional, pois o evento era um protesto às Olimpíadas do COI (que no início do século passado era parte das famosas Exposições Mundiais, e a Grécia era contra essa história).
Aquela maratona (que é uma modalidade esportiva grega, diga-se) foi vencida pelo canadense Billy Sherring, atleta que tinha ascendência irlandesa e usava um trevo em seu colete.
Os cartolas do Panathinaikos na época ficaram tão impressionados com a performance de Sherring que quiseram adotar seu símbolo como representação de perseverança, garra e espírito vencedor.
Inimigos eternos
O clássico entre Panathinaikos e Olympiacos é chamado de "Dérbi dos Inimigos Eternos" ou "Mãe de Todas as Batalhas".
Além das conquistas esportivas e das forças dos dois clubes, a rivalidade é impulsionada pelo fato de que os adversários historicamente representam diferentes classes sociais.
O Panathinaikos deriva do centro de Atenas e tradicionalmente representou a classe dominante de todo o país.
Por outro lado, o Olympiacos, como um clube de um bairro portuário, está historicamente ligado à classe trabalhadora e nasceu como oposição ao time da elite. Por se opor ao centro, aos ricos e poderosos, o Olympiacos conquistou torcedores também em toda a Grécia.
Grandes clássicos entre os verdes e os vermelhos também acontecem no basquete, vôlei e até mesmo no polo aquático.
O primeiro episódio de violência entre torcedores de ambos foi registrado há quase cem anos, em 1930.
Jogo de líderes
O próximo dérbi dos Inimigos Eternos na liga grega será um duelo entre líder e vice-líder.
Enquanto o Olympiacos tem 19 pontos ganhos, o Panathinaikos tem 16.
Confira a classificação da Super Liga da Grécia
No último confronto entre eles, os alvirrubros venceram por 1 a 0.
A vantagem histórica é do Olympiacos, que ganhou 87 confrontos e perdeu 74 – os empates são 54 até aqui.
Brasileiros em campo
O ex-flamenguista Rodinei é uma das estrelas da equipe de Pireu nesta temporada. Além de ter se firmado como titular, o lateral já fez um gol e deu duas assistências no campeonato.
Já Gustavo Scarpa sumiu do time. Desde que chegou na Grécia no meio do ano, o ex-palmeirense foi titular apenas uma vez e não foi sequer relacionado nas últimas três partidas.
Pelo lado do Panathinaikos, Bernard é o camisa 10 da equipe pela segunda temporada seguida.
O antigo xodó de Luiz Felipe Scolari fez um gol decisivo contra o Marselha na classificatória da Champions League e anotou um hat-trick na quarta rodada da Super Liga. No momento, porém, ele não passa por sua melhor fase e foi banco na última rodada.
O quarto brasileiro do clássico é Willian Arão. O ex-meia do Flamengo chegou ao Panathinaikos no meio do ano e já se firmou na equipe, marcando um gol e ficando fora de apenas uma partida.