Rebeca Andrade conquista a prata no individual geral em final histórica contra Biles
Rebeca Andrade é agora a primeira mulher brasileira a conquistar quatro medalhas olímpicas. Ela repetiu o feito de Tóquio 2020, quando terminou com a prata na final do individual geral.
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O pódio foi completado pela norte-americana Sunisa Lee, medalhista de bronze e que havia sido a grande vencedora da última final do individual geral em Jogos Olímpicos, em Tóquio 2020, quando Simone Biles decidiu se retirar da disputa para cuidar de sua saúde mental.
A brasileira Flávia Saraiva terminou a final na nona posição, sendo também um dos destaques da disputa em Paris.
Uma competição para a história
Rebeca Andrade foi a segunda ginasta a se apresentar no salto, logo após a última campeã olímpica Sunisa Lee. A brasileira fez uma grande execução, sem erros visíveis e terminou cravando.
Rebeca recebeu a nota 15.100, ficando atrás apenas de Simone Biles, que apresentou-se depois da brasileira. A norte-americana aumentou o grau de dificuldade da competição ao executar um salto fenomenal.
Mesmo sem cravar, a nota de partida de 6.4 e a execução com perfeição dos movimentos fizeram com que Biles assumisse a ponta da disputa, atingindo 15.766.
Flávia Saraiva iniciou sua participação na final nas barras assimétricas. Foi uma apresentação de qualidade da brasileira, que não escondeu o sorriso após concluir a série. Basta lembrar que antes da final por equipes, ela acabou cortando o supercílio em uma queda no aparelho ainda no aquecimento. Flávia recebeu a nota 13.900.
Um pulo à frente
A competição avançou com Rebeca Andrade e Biles duelando nas barras assimétricas. A brasileira abriu a série com uma execução limpa e outra saída cravada. A performance sólida de Rebeca lhe rendeu uma nota 14.666, pressionando Biles que veio logo na sequência.
As duas competidoras não se classificaram justamente para a final das barras assimétricas. Mas Rebeca se saiu melhor do que Biles. A adversária acabou tendo um erro técnico na retomada, segurando o carpado para evitar um toque no solo.
A falha não passou ilesa à avaliação dos juízes, com Biles tendo uma nota inferior: 13.733. O resultado fez com que Rebeca assumisse a ponta do placar na segunda rotação, chegando a 29.766, e a norte-americana caísse para terceiro (29.499), com a argelina Kaylia Neumour em segundo (29.566).
Flávia Saraiva fez mais uma boa apresentação, dessa vez na trave, aparelho onde foi finalista olímpica em duas oportunidades. Com 14.266, ela finalizou a segunda rotação em sétimo.
Biles de novo na ponta
Atrás na classificação geral, Biles abriu a terceira rotação na trave de equilíbrio e era necessário buscar uma grande nota para retomar a ponta. E foi o que a norte-americana fez. Uma apresentação firme e praticamente sem falhas. O momento mais tenso veio em um certo desequilíbrio no giro de cócoras, mas ela se manteve na trave e terminou com perfeição para buscar 14.566 e a liderança no geral (44.065).
Rebeca Andrade fechou a disputa na trave, onde obteve um desequilíbrio que lhe rendeu uma penalização de 0.50 na nota final. Apesar da falha, ela se manteve no aparelho e finalizou sua passagem. Uma mistura de alívio e também certa frustração, já que a ginasta brasileira obteve a nota 14.133, ficando na segunda posição no somatório geral após a terceira rotação (43.899 contra os 44.065 de Biles).
Que pena, Flavinha!
Flávia Saraiva levantou a Arena Bercy no solo. Carismática, trouxe energia com o Cancan tradicional do país anfitrião dos Jogos Olímpicos. Mas, em uma de suas acrobacias, a brasileira acabou escrorregando no efeito rebote do pouso.
O deslize não desanimou a brasileira, que terminou sua passagem no aparelho e foi ovacionada pelo público. Com a nota 12.333, ela finalizou a terceira rotação na 11ª posição geral. Flávia Saraiva completou sua presença na final no salto, chegando à nota total de 54.032 e a nona classificação geral na disputa.
A disputa do ouro
A última rotação chegou ao solo, com Rebeca Andrade e Simone Biles próximas na classificação. Em um roteiro bem elaborado, as duas fecharam a competição e mostraram porque são as duas maiores ginastas da atualidade.
Simone Biles confirmou o favoritismo, com uma apresentação impecável, superando Rebeca nos detalhes (15.066 contra 14.033) e vencendo no somatório com a nota final de 59.131. A brasileira terminou logo atrás com 57.932.
Uma disputa de altíssimo nível com Rebeca Andrade sendo consagrada como a primeira mulher da história do esporte olímpico brasileiro a conquistar quatro medalhas, enquanto Biles chegou à nona medalha de sua carreira, sendo seis de ouro.