Goleiro que brigou com torcedores racistas é suspenso na Espanha
Sarr recebeu cartão vermelho na partida contra o Sestao River, que foi suspensa aos 42 minutos do segundo tempo após o incidente e a decisão do Rayo Majadahonda de deixar o campo em protesto.
O Juiz Único de Competição da Federação Espanhola de Futebol admitiu em sua resolução publicada nesta quarta-feira que Sarr foi "ofendido gravemente", mas considerou que o goleiro deveria ter usado os canais de denúncia para alertar sobre os insultos.
"Damos credibilidade ao fato de que os insultos racistas começaram no minuto 50 do jogo e, portanto, deveriam ter sido levados ao conhecimento do árbitro" para que fosse iniciado o protocolo contra o racismo, considerou o Juiz Único.
"A defesa de seus interesses deve ser realizada pelo jogador ofendido através dos canais legais já descritos. Logo, sua atuação, pulando na arquibancada e agindo com certa violência - embora não conste que tenha chegado ao insulto ou à agressão - é plenamente reprovável", acrescenta a resolução.
"A atuação revoltada continuou quando o árbitro lhe mostrou o cartão vermelho de expulsão, o que nos obriga a considerá-lo como autor de infração leve de conduta contrária à ordem esportiva", explica o Juiz.
A resolução também impõe uma punição ao Sestao River, que terá que jogar seus próximos dois jogos em seu estádio, onde aconteceu o incidente, com portões fechados.
Além disso, o Juiz decidiu que o resultado da partida é a derrota por 3 a 0 do Rayo Majadahonda, que também teve três pontos retirados da tabela.
Sarr afirmou em entrevista coletiva na terça-feira que o que sofreu "foi algo horrível, algo que não poderia aguentar, uma tristeza, algo muito feio", mas admitiu que não reagirá da mesma forma caso passe novamente pela mesma situação: "Vou saber como me comportar".