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Grande no Brasil e na América: Athletico quer subir último degrau

Grande no Brasil e na América: Athletico quer subir último degrau
Grande no Brasil e na América: Athletico quer subir último degrauProfimedia
Em 2011, depois de 16 anos consecutivos na elite do futebol nacional, o ainda "Atlético" Paranaense foi rebaixado à segunda divisão do futebol brasileiro. Quem diria que, uma década depois de atravessar o calvário da Série B em 2012, o Furacão estaria pela segunda vez em sua história disputando uma final de Libertadores? O sucesso do Athletico-PR não é pelo acaso. É fruto de um planejamento iniciado ainda na década de 1990 e que pode ser coroado em êxtase neste sábado (29).

Uma linha do tempo

A equipe paranense retornou à elite do futebol brasileiro com a terceira posição em 2012. Desde então, nos últimos 10 anos, foram quatro Campeonatos Paranaenses, incluindo um tricampeonato consecutivo em 2018-2019-2020, a Copa Sul-Americana de 2018 e 2021 e a Copa do Brasil de 2019, além de ter sido vice-campeão da Copa do Brasil do ano passado, perdendo a final para o Atlético-MG. 

Fundado em 1924, o Athletico Paranaense viveu anos de glória regional misturados com períodos de ostracismo. Mas a história começou a mudar quando o empresário Mário Celso Petraglia assumiu o futebol do time em 1995. Naquele mesmo ano, o Furacão conquistou seu primeiro título nacional: a Série B derrotando justamente o Coritiba, seu maior rival. 

Em 1998, depois de oito anos, a equipe voltaria a conquistar um título paranaense, novamente superando o rival Coritiba. No ano seguinte, a Arena da Baixada foi reinaugurada com o slogan de "estádio mais moderno da América Latina". 

Em 2000, o campeão paranaense disputou a Copa Libertadores pela primeira vez em sua história, passeando na fase de grupos, mas sendo eliminado pelo Atlético-MG nas oitavas de final. 

Mas foi em 2001 que o projeto do Furacão atingiu seu maior feito até então, conquistando o Campeonato Brasileiro da Série A. Nomes históricos fizeram parte daquele time, como Alex Mineiro, autor de 26 gols na competição e ídolo máximo do clube, além de figuras conhecidas como Kleberson, pentacampeão do mundo coma seleção brasileira em 2002. Na decisão da competição, o Furacão venceu o São Caetano. 

O então Atlético Paranaense seguiria em alta, com presenças na Libertadores e o vice-campeonato brasileiro de 2004, tendo Washington como principal destaque, detentor do recorde histórico de 34 gols em uma única edição de Brasileirão. Aquele foi o ano em que muitos amantes do futebol se recordam que a Arena da Baixada passou a ser chamada de Kyocera Arena em função de um acordo com a empresa japonesa de celulares. Sim, o Furacão já inovou no país trazendo os naming rights em arenas. 

Em 2005, o Athletico Paranaense, como um dos clubes de melhor futebol no país, encantou a América, chegando à sua primeira final de Libertadores e tendo pela frente o São Paulo. A Kyocera Arena acabou não sendo liberada para o primeiro jogo da decisão devido ao regulamento da Conmebol que exigia um estádio com capacidade mínima de 40 mil lugares. A diretoria, à época, correu para montar arquibancadas móveis, elevando a capacidade para 42 mil pessoas, mas a estrutura não foi aprovada pela entidade, que transferiu a partida para o Beira-Rio. Em Porto Alegre, um empate por 1 a 1; em São Paulo, um passeio tricolor. 

Antes do inglório rebaixamento em 2011, o Furacão ainda disputou a Copa Sul-Americana de 2006 e chegou à semifinal, sendo eliminado pelo Pachuca, do México.

Quebra na sequência e um aprendizado

Em 2011, o Athletico Paranaense viveu seu pior momento recente. Com trocas de técnicos a cada dois meses, o time se desestabilizou completamente. Naquele ano, para quem não se lembra, até Renato Gaúcho passou por Curitiba, sendo demitido com 40% de aproveitamento: quatro vitórias, cinco empates e cinco derrotas. O último treinador contratado pela diretoria para tentar salvar o Athletico foi Antônio Lopes, que pegou o time na 19ª posição e só obteve seis vitórias em 18 jogos. Não teve jeito. O projeto do Furacão precisou ser repensado e a Série B virou realidade no ano seguinte. Mas o calvário durou pouco, com o time logo dando adeus à segundona, terminando o torneio em terceiro lugar e retornando à elite. 

Restabelecendo a rota da glória 

O Furacão deixou rapidamente os agouros da Série B de lado. E já em 2013 chegou à final da Copa do Brasil, sendo vice-campeão em título perdido justamente para o rival deste sábado (29), o Flamengo. O Athletico ainda terminaria o Brasileirão, no ano da sua volta, na terceira posição

Em 2014, a Arena da Baixada foi novamente reinaugurada após passar por obras estruturais para receber quatro jogos da Copa do Mundo daquele ano. O estádio, que já era apontado como o mais moderno da América do Sul, ainda ganharia um teto retrátil e posteriormente o gramado sintético, novidades no futebol brasileiro. 

Quatro anos de brilho intenso

Especialmente nos últimos quatro anos, o Athletico Paranaense se estabeleceu em um novo patamar no futebol brasileiro e pode ser, sim, considerado como uma das grandes potências do Brasil. Em 2018, a equipe tornou-se o primeiro time paranaense a conquistar um título internacional oficial ao vencer a Copa Sul-Americana em final contra o Junior Barranquilla, da Colômbia. 

O feito internacional se repetiria no ano passado, com a equipe superando o Red Bull Bragantino na decisão e conquistando sua segunda Copa Sul-Americana. Um histórico de taças que também teve seu capítulo nacional com a equipe levantando sua primeira Copa do Brasil em 2019, sendo ainda vice-campeão da Recopa Sul-Americana nesse mesmo ano.

O Furacão ainda acumulou outros três vices nestes últimos quatro anos: a Supercopa do Brasil de 2020 (para o Flamengo), a Copa do Brasil do ano passado (para o Atlético-MG) e a Recopa Sul-Americana deste ano (para o Palmeiras). 

Em 2022, a equipe foi cabeça de chave da Libertadores após figurar no Top 15 da Conmebol pela primeira vez em sua história, além de ter sido considerado pela IFFHS como o 10º melhor clube do mundo.

Passou o Santos?

A consagração desta história de planejamento e execução, orientado por uma gestão que prioriza certas diretrizes, é a conquista de algo que Petraglia persegue há algum tempo: a Libertadores da América, O clube vem seguindo à risca a receita de contratação de jovens jogadores — caso de Vitor Roque, estrela de apenas 17 anos —, aliada ao lucro alto com vendas de atletas ao futebol europeu, exemplo de Bruno Guimarães.

Na primeira vez, bateu na trave, mas o dirigente não quer que o mesmo aconteça. Petraglia quer o Athletico no topo do mundo. E ele não tem dúvidas: o Furacão já deixou para trás os gaúchos e o Santos para se tornar um dos maiores clubes do país. 

"Não tem nenhum projeto maior, façam uma análise do Rio Grande (do Sul) ao Nordeste, para não falar no Norte do Brasil. Vejam se há algum projeto com a visibilidade maior que a do Athletico-PR. Pegue os dois gaúchos, endividados. Problema deles, não temos nada com isso e não me compete analisar, mas fazemos o benchmarking de todos os clubes, todos os anos, todos os balanços. O Paraná, não vou falar de nossos coirmãos. Pulei Santa Catarina porque não tem representatividade de clubes grandes", disse Petraglia, em entrevista em janeiro deste ano, causando polêmica. 

"Vai para São Paulo, falar em Santos? O Athletico passou o Santos de trator. Não passou naquilo, e vocês têm consciência, que leva anos, décadas, que é a formação de torcida. Mas no resto? O que o Santos significa perto do Athletico-PR?", indagou o presidente do Furacão. 

Figura controversa no futebol nacional, este é Petraglia. E é sob sua batuta que o Furacão pode escrever o maior capítulo de sua história. 

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