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Planeta bola se rende à metamorfose do "Pequeno Príncipe" Griezmann

AFP
Planeta bola se rende à metamorfose do "Pequeno Príncipe" Griezmann
Planeta bola se rende à metamorfose do "Pequeno Príncipe" GriezmannProfimedia
O "Pequeno Príncipe" Antoine Griezmann luta por seu segundo título mundial no Catar e agora com uma nova função na seleção francesa, despertando a admiração de muitos ex-jogadores, franceses e estrangeiros, que o qualificam como um jogador "excepcional" que "se destaca" na seleção nacional.

"Torne sua vida um sonho e seu sonho uma realidade": a frase atribuída ao escritor e piloto de avião Antoine de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, é uma das que grudam na pele do craque dos Bleus, literalmente, como aparece em uma tatuagem em seu antebraço direito.

Nascido em Macon, o jogador passou por uma série de testes fracassados na adolescência em vários clubes franceses, inclusive o Lyon, que o considerava muito frágil. Cresceu na Espanha, da Real Sociedad ao Atlético de Madrid, mas é com a seleção que sonha alto.

"Quando ele joga pela França, ele se supera", disse o ex-atacante senegalês El-Hadji Diouf, "ele é outro jogador", "um jogador de nível mundial".

"Griezmann está desempenhando o papel de Pogba, Kanté e Benzema, está fazendo uma Copa do Mundo impressionante", disse Pablo Zabaleta, ex-zagueiro da Albiceleste, equipe adversária dos 'Bleus' na final de domingo.

Adaptação perfeita

Todos os ex-jogadores da seleção francesa ouvidos pela AFP elogiam o camisa 7 francês, que se destaca nesta Copa do Mundo na função de meio-campista, bem diferente da posição de meia-atacante que ocupou há quatro anos na Rússia.

"Ele é excepcional em todos os sentidos", disse Luis Fernández, meia campeão da Eurocopa de 1984. "Ele é preciso e está presente no coração do jogo. Eu o admiro da mesma forma que admirei N'Golo Kanté na última Copa do Mundo. Está em todos os lugares, é eficaz e adiciona seu toque pessoal".

Griezmann é quem estabiliza a seleção francesa quando ela está em apuros no meio do jogo, segundo Fernández. "Nesses momentos ele está presente, não se rende, não se esconde, assume responsabilidades". Permite que "jogadores como Mbappé, Giroud, Dembélé, Tchouaméni e Rabiot tenham um líder em quem se apoiar. Ele não faz barulho, é feliz".

"Não tínhamos ideia de que Antoine não havia sido utilizado nessa posição. Ele assumiu esta função com grande vontade e sucesso", disse o ex-defensor Mikaël Sylvestre, destacando o seu papel "ainda vital" na semifinal contra o Marrocos.

O Griezmann meia tem sacrificado parte de suas pretensões ofensivas para garantir o equilíbrio de um time rico em atacantes. A sequência sem gols, que começou muito antes da Copa do Mundo, já chega a 14 partidas.

"Nos últimos dois anos, ele marcou gols, mas seus resultados talvez tenham sido inferiores", disse o ex-meio-campista Yuri Djorkaeff. "Aqui (no Mundial do Catar) ele é marcante, entendeu logo o seu papel, desde o primeiro jogo. É o equilíbrio dessa força ofensiva", destaca o campeão mundial de 1998 e campeão europeu de 2000.

Ao lado dos lendários Platini e Zidane

Para Fernández, seu sucesso atual é ainda mais brilhante, considerando que passou por períodos sombrios durante dois anos malsucedidos no Barça (2019-2021).

"Ele pensou que ia deixar uma marca, seguir o caminho de Messi, e não aconteceu assim” e esta escolha profissional "fez com que andasse para trás, para baixo, colocado em dúvida". Ao voltar ao Atlético de Madrid, “conseguiu dar a volta por cima, foi bom para ele, é preciso ser forte, muito forte mentalmente".

O ex-meio-campista do PSG, agora comentarista do beIN Sports, afirmou que Griezmann será uma "lenda na França" se vencer a segunda Copa do Mundo no domingo, aos 31 anos. "Nunca ganhei uma, mas posso dizer que é importante ganhá-la".

Onde colocar Grizou no livro de ouro do futebol francês? "No lendário onze da seleção francesa, haveria competição com Platini, com Zidane, talvez pudéssemos colocá-lo como meia de ligação. Mas ele faz parte desse time", diz Fernández.

Na quarta-feira, o camisa 7 dos Bleus confessou que havia "chorado" após a vitória nas semifinais contra a Bélgica em 2018, mas não desta vez após vencer o Marrocos.

"Em vez de comemorar a final, estamos com os pés no chão", declarou o 'Pequeno Príncipe' da seleção francesa. Provavelmente a maneira adequada para lutar por seu segundo título mundial.

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