Detalhes sobre a convivência das jogadoras da seleção espanhola com o técnico Jorge Vilda, hoje na seleção de Marrocos, já tinham aparecido na imprensa antes, mas não de forma tão clara por parte das jogadoras.

Hermoso foi a protagonista de escândalo envolvendo Luis Rubiales, então presidente da Federação Espanhola de Futebol, na cerimônia de premiação do título da Copa do Mundo, no ano passado.

Rubiales a deu um beijo forçado, incidente que desencadeou uma série de protestos contra o mandatário e também contra a própria entidade nacional e ocupantes de cargos importantes.

Hermoso foi a responsável por contar algumas das situações que as atletas eram obrigadas a conviver. "Quando íamos dormir, tínhamos de deixar a porta aberta e esperar que Vilda entrasse à noite para conversar conosco", explicou a meio-campo.

"Íamos às compras, ele nos esperava e perguntava o que tínhamos nas sacolas", acrescentou a jogadora, que denunciou a falta de privacidade durante os treinamentos.

Vilda chegou à equipe feminina em 2015, como substituto de Ignacio Quereda. Ele permaneceu no cargo até o ano passado, pouco depois da Espanha vencer a Copa do Mundo na Austrália e na Nova Zelândia.

Coragem ao invés de benefícios

Hermoso falou sobre o que a motivou a falar sobre todas as situações que incomodavam a ela e também a suas companheiras de seleção.

"Se eu tivesse feito um vídeo dizendo que nada havia acontecido, eu poderia ter tido algumas vantagens fora dos campos, que teriam me ajudado. Mas eu senti a coragem, a força e, acima de tudo, sabia que estava fazendo algo que, para mim, era a coisa certa a fazer. Foi a única coisa que prevaleceu naquele momento", conta.