Desde que o Campeonato Inglês foi retomado após a Copa do Mundo, Rashford marcou em todos os jogos, menos um, somando 10 gols no período.
Em fevereiro, ele foi à rede cinco vezes na liga e uma na final da Copa da Liga. Além disso, outro gol seu também ajudou o Manchester United a superar o Barcelona no jogo de ida do mata-mata da Liga Europa.
Dos jogadores do meio-campo dos Diabos Vermelhos, apenas Bruno Fernandes tem mais minutos com o técnico Erik ten Hag.
Esta temporada de sucesso contrasta, e muito, com a anterior, quando Rashford perdeu as sete primeiras partidas devido a uma cirurgia no ombro e nas restantes foi titular apenas 13 vezes. No total, ele esteve 1.343 minutos em campo e marcou apenas quatro gols.
Os poucos minutos foram justificados pelos dados. Rashford teve uma média de apenas 1,47 chutes por jogo, o que significa que ele conseguiu apenas 22 finalizações durante toda a temporada. Destas, apenas seis foram do miolo da área adversária – a zona de perigo, onde as chances de gol são matematicamente mais altas.
O resto de seus arremates veio de um ângulo apertado ou de fora da área, e de acordo com o cenário de Gols Esperados (xG), ele deveria ter marcado apenas três vezes.
No modelo de dados avançados, que avalia a contribuição de um jogador no terço final do campo com base em como seu movimento e passe aumentam as chances de gol de sua equipe, ele ficou abaixo da média: 60% dos outros pontas performaram melhor nesta métrica.
Mas a temporada passada ficou para trás. Na campanha atual, apenas seu companheiro de seleção James Maddison é mais ativo entre as pontas, e ele também está mais frequentemente no meio do campo e muitas vezes chuta de fora da área.
Rashford também está finalizando de posições significativamente melhores – apenas Mohamed Salah, Raheem Sterling e Son Heung-Min estão atualmente tendo mais chances perigosas. Mas enquanto o trio acima mencionado está finalizando abaixo de suas capacidades, Rashford está aproveitando suas chances de forma excelente.
Son converteu apenas 8% de seus tiros até agora, Salah 12% e Sterling 15%. O atacante do United, no entanto, está em 21%, o que é um índice de enorme sucesso considerando seu número de arremates. Somente Phil Foden, Kaoru Mitoma e Yoane Wissa se saíram melhor na Premier League até então – com o adendo de que estes três jogadores têm média de 1,5 a 1,8 chutes por jogo, enquanto Rashford finaliza três vezes em média por partida.
Nos jogos da Premier League de fevereiro, o camisa 10 de Erik ten Hag deu 16 chutes a gol, apenas seis a menos do que em toda a temporada passada combinada, e ele precisou de apenas 1,53 xG (0,38 a cada 90 minutos) para dar esses cinco arremates clínicos.
Essa disparidade tão grande também se deve a uma certa dose de sorte. A longo prazo, um fluxo semelhante de gols é insustentável, mas no caso de Rashford isso também significa uma técnica apurada de finalização.
Na verdade, também levantamos dados históricos contendo uma amostra de 16.539 minutos jogados de Rashford (da temporada 15/16 até a atual). E os números dizem que, de suas 449 finalizações, ele coletou 57 Gols Esperados (xG) e 73 gols reais.
Isso significa que o jogador médio da Premier League teria marcado 16 gols a menos com os mesmos arremates. Portanto, é seguro dizer que a finalização tem sido um dos pontos fortes do atacante há muito tempo.
E esse fundamento fica ainda mais evidente agora que ele reduziu significativamente os chutes de longa distância e entra com mais frequência em um grande número de posições perigosas.
Por exemplo, Marcus Rashford teve uma média de dois arremates por jogo da zona de perigo em fevereiro, um resultado normalmente alcançado pelos melhores camisas nove do mundo. Harry Kane, Gabriel Jesus e Ivan Toney estão todos no mesmo nível do camisa 10 do Manchester United na Premier League.