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Jogadoras da liga espanhola entram em greve por melhores salários

AFP
Greve vai acontecer nas duas primeiras rodadas do torneio nacional
Greve vai acontecer nas duas primeiras rodadas do torneio nacionalAFP
As jogadoras de futebol da Liga F, da Espanha, entrarão em greve nos dois primeiros dias de jogos após não chegarem a um acordo, principalmente sobre melhorias salariais, disseram os sindicatos que representam as jogadoras na quinta-feira (7).

Cinco sindicatos, incluindo AFE e FUTPRO, convocaram na semana passada uma greve para começar neste fim de semana, quando a primeira rodada da F League estava programada para acontecer.

Após reuniões nesta semana com os clubes da F League, os sindicatos acreditam que "é necessário manter a greve nas duas primeiras rodadas do campeonato regular".

"Consideramos a proposta econômica final da F League inaceitável e os cinco sindicatos continuam a manter uma proposta firme em relação ao salário mínimo que deve ser aplicado para que as jogadoras do nosso país tenham salários compatíveis com seu talento", disseram os sindicatos.

Os sindicatos disseram que reduziram suas exigências para um salário mínimo de 23.000 euros (US$ 24.600), mas a F League se recusou a aumentar para mais de 20.000 euros (US$ 21.400) por ano.

Espanholas entram na briga por mais reconhecimento
Espanholas entram na briga por mais reconhecimentoAFP

Jogadoras decidem entrar em greve

O salário mínimo atual está fixado em 16.000 euros (US$ 17.000) por ano para as jogadoras da F League.

"Depois de realizar uma reunião com as jogadoras da F League ontem, elas consideram a proposta dos empregadores inaceitável e estão tristes por terem que entrar em greve, embora a proposta inicial tenha sido reduzida para 23.000 euros por ano", de acordo com os sindicatos.

As negociações para melhorar o acordo coletivo começaram há um ano, quando a F League foi profissionalizada.

Entretanto, as reuniões realizadas nesta semana se referiram apenas a melhorias salariais, deixando de lado outros conceitos, como conciliação familiar ou direitos de treinamento.

Espanholas querem correção no salário mínimo
Espanholas querem correção no salário mínimoAFP

A primeira rodada da F League foi agendada para 8 a 10 de setembro, enquanto a segunda rodada será realizada de 15 a 17 de setembro.

Na última temporada, a F League começou com um atraso de um dia devido a uma greve de árbitros, o que levou ao atraso da primeira rodada.

A greve foi superada depois que a liga feminina concordou em aumentar a remuneração dos árbitros principais de 300 para 1.666 euros por partida, enquanto a dos assistentes passou de 166 para 1.066 euros por partida.

Espanha é a atual campeã da Copa do Mundo Feminina
Espanha é a atual campeã da Copa do Mundo FemininaProfimedia

Salário menor que o dos árbitros

A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) anunciou a criação de um fundo de aposentadoria para árbitras, financiado pela própria federação, pelo governo, pela liga e pelos clubes.

Na quinta-feira, os sindicatos lamentaram que seu pedido de 23.000 euros por ano, o que significaria que as jogadoras receberiam menos do que os árbitros principais, não tenha sido aceito.

Esse desacordo na F League, que é presidida por Beatriz Alvarez, ocorre em meio à controvérsia criada pelo beijo forçado do presidente suspenso da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, com a jogadora Jenni Hermoso após a final da Copa do Mundo.

Salário das jogadoras é menor que dos árbitros locais
Salário das jogadoras é menor que dos árbitros locaisProfimedia

Posteriormente, Rubiales se recusou a renunciar e foi suspenso pela FIFA por 90 dias, enquanto a entidade máxima do futebol mundial analisa um processo disciplinar contra ele.

O sistema de justiça esportiva espanhol também abriu um processo contra ele por "má conduta grave" e, no âmbito criminal, Hermoso ratificou uma queixa contra Rubiales perante o Ministério Público na quarta-feira.

Em meio ao turbilhão, o técnico da seleção feminina, Jorge Vilda, foi demitido na terça-feira e substituído por Montse Tome, enquanto se aguarda o que acontecerá com 81 jogadoras e ex-jogadoras que disseram que não jogariam pela Espanha até que mudanças fossem feitas.