Jogos da Série B estão sob investigação por envolvimento com apostadores
Os envolvidos podem ser enquadrados nos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo. O denunciante do caso foi o Vila Nova (GO), que tem seu ex-jogador Romário como um dos alvos. O presidente Hugo Jorge Bravo tomou conhecido do caso por pessoas de fora e buscou as primeiras informações, antes de acionar o MP.
Outros três jogadores estão envolvidos: o lateral Matheusinho, que jogava no Sampaio Corrêa e atualmente está no Cuiabá é um deles. Segundo o jornal "O Popular", o zagueiro Joseph, do Tombense, também é um dos investigados. O volante Gabriel Domingos, do Vila Nova, pode fazer parte do contexto. Ele teria emprestado a conta bancária para Romário receber o adiantamento do esquema.
O esquema era para que apostadores acertassem a marcação de pênaltis, no primeiro tempo, na última rodada da Série B de 2022. Os jogos investigados são Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina.
Insucesso e cobrança
A aposta só não foi bem sucedida porque, em Vila Nova x Sport, não houve a marcação do pênalti. Neste jogo, Romário não foi relacionado. Ele tentou convencer alguns companheiros, sem sucesso. O jogador teria recebido R$ 10 mil adiantados de um valor total de R$ 150 mil. Por "indisciplina grave", o clube rescindiu o contrato com o atleta ao final do ano passado.
O prejuízo aos apostadores é estimado em R$ 2 milhões, com o jogador tendo sido cobrado pelos apostadores. "A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos.
"Acontece que, para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos. Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores", afirma Fernando Martins Cesconetto, promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás.
Os clubes negam qualquer tipo de envolvimento e as investigações ainda serão aprofundadas.