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Faltam 70 dias para Paris 2024: relembre os primeiros ouros do judô brasileiro nos Jogos

Mateus Figueiredo
Aurélio Miguel recebe sua medalha de ouro em Seul 1988
Aurélio Miguel recebe sua medalha de ouro em Seul 1988Divulgação/COB
O judô brasileiro possui história riquíssima e se tornou a modalidade que trouxe mais medalhas para o país na história. Ao todo, o Brasil subiu 24 vezes no pódio em Jogos Olímpicos com atletas da arte marcial japonesa.

A 70 dias das Olimpíadas de Paris 2024, o Flashscore conta a história dos primeiros ouros masculino e feminino do Brasil no judô. Desde Los Angeles 1984, sempre houve ao menos um judoca brasileiro no pódio, única modalidade que possui tal escrita em nosso esporte.

A primeira edição em que o judô esteve no programa olímpico foi nos Jogos de Tóquio 1964. Sem estar presente na Cidade do México 1968, a luta retornou em Munique 1972 — e com o Brasil medalhando. Chiaki Ishii conquistou um bronze na categoria meio-pesado e abriu a história do país no esporte.

Glória em Seul

O Brasil precisou esperar mais 16 anos para finalmente subir ao lugar mais alto do pódio, e na mesma categoria da primeira medalha. O responsável foi o paulistano Aurélio Miguel, à época com 24 anos.

Depois de uma ótima campanha em Los Angeles 1984, com três medalhas (uma prata e dois bronzes), o judô brasileiro foi para Seul 1988 já preparado para coisas maiores. Porém, mesmo com representantes nas sete categorias, só conquistou a medalha no penúltimo dia.

Aurélio Miguel, bronze no Mundial de 1987, chegou aos Jogos como um dos cabeças de chave e foi avançando com tranquilidade. Bateu o britânico Dennis Stewart, depois o islandês Bjarni Frioriksson e, nas quartas de final, o italiano Juri Fazi.

Na semi, o brasileiro teve o tcheco Jiri Sosna pela frente e venceu por apenas uma punição de vantagem. O campeão olímpico lembra especialmente do combate em que garantiu sua medalha.

"Quando chegou na semifinal contra o tcheco, na hora que eu o cumprimentei, vi que ele deu para dentro e tava pálido. Ali percebi que ele não estava preparado para ir à final", comentou Aurélio em entrevista ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

O adversário da final foi o alemão Marc Meiling. Aurélio novamente foi muito frio para manter volume de luta e forçar uma punição para o adversário. Com o relógio zerado, o Brasil pôde finalmente comemorar um ouro nos tatames olímpicos.

Aurélio Miguel também foi bronze em Atlanta 1996
Aurélio Miguel também foi bronze em Atlanta 1996Divulgação/COB

"Quando teve a certeza da vitória, aquele momento é fantástico. Sai um caminhão das costas, passa um filme na cabeça de todos os problemas, todas as dificuldades. Parece que você está andando nas nuvens. É uma realização muito grande. Algo difícil de descrever para as pessoas", relembrou o primeiro campeão olímpico do judô brasileiro.

Piauiense brilha em Londres

Se o judô estreou nos Jogos Olímpicos em 1964, as mulheres só participaram pela primeira vez em 1992. O primeiro ouro feminino do Brasil esperou 20 anos, mas veio em grande estilo.

A piauiense Sarah Menezes, então com 22 anos, subiu ao lugar mais alto do pódio apenas um ciclo olímpico depois da primeira medalha feminina do judô brasileiro, o bronze conquistado por Ketleyn Quadros em 2008.

Sarah Menezes comemora seu ouro olímpico em Londres
Sarah Menezes comemora seu ouro olímpico em LondresProfimedia

No caminho até a disputa por medalha na categoria ligeiro, Sarah bateu a vietnamita Ngoc Tu Van, a francesa Laetitia Payet e, nas quartas de final, a chinesa Shugen Wu. Já na briga por um lugar no pódio, a jovem venceu a belga Charline Van Snick na semifinal. Ali, a brasileira já havia conquistado seu objetivo em Londres.

"Minha expectativa nas Olimpíadas de Londres era chegar no pódio. O Brasil é muito exigente, eles sempre querem ver a medalha de ouro", reconheceu Sarah Menezes em entrevista ao Olympic Channel.

Mesmo assim, diante da possibilidade de levar a medalha de ouro para casa, Sarah Menezes se mostrou implacável. Ela teve pela frente a atual campeã olímpica e europeia Alina Dumitru. A piauiense sabia que a romena era favorita, mas tomou a iniciativa desde o princípio.

A pontuação veio no início do minuto final, quando conseguiu um yuko. Apostando na agressividade, Sarah ainda arrancou um wazari nos segundos finais para garantir o primeiro ouro feminino do Brasil. A medalha dourada colocou o Brasil em primeiro no quadro de medalhas por alguns minutos, algo único até hoje.

"A medalha significou tanto para mim porque foi um sonho realizado e conquistado. Foi uma coisa que vai ficar marcada na minha vida. Meu esforço no trabalho como pessoa e como atleta", celebrou a campeã olímpica.

Sarah com a sua medalha de ouro olímpica
Sarah com a sua medalha de ouro olímpicaProfimedia