Juiz convoca técnico Jorge Vilda como investigado no "caso Rubiales"
Vilda, assim como o diretor da equipe nacional masculina, Albert Luque, e o diretor de marketing da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Rubén Rivera, foram convocados para depor no dia 10 de outubro como parte da investigação sobre a suposta agressão sexual e coerção da campeã mundial espanhola, disseram fontes judiciais nesta quarta-feira (27).
Inicialmente convocados como testemunhas, o juiz da Audiência Nacional, principal tribunal criminal da Espanha, Francisco de Jorge, decidiu mudar o status deles para investigados pela suposta pressão recebida por Jenni Hermoso.
Testemunhas
A mudança ocorreu depois que o irmão de Hermoso e uma amiga da jogadora da Espanha ratificaram e ampliaram a queixa da jogadora à promotoria perante o juiz na segunda-feira.
Eles afirmaram que a jogadora foi coagida, no voo de volta pra casa, a aparecer no vídeo de desculpas de Rubiales, ao lado do ex-presidente. Isso teria provoado a mudança de decisão do juiz da Audiência Nacional.
Vilda foi convocado por um possível crime de coação por esta tentativa de convencimento. Outras pessoas teriam tentado fazer Hermoso a aparecer no vídeo. De acordo com a imprensa espanhola, o irmão de Hermoso teria dito que também recebeu pressão de Vilda.
"Jenni Hermoso também disse, em sua declaração que, tanto ela quanto sua comitiva imediata, sofreram pressão constante e repetida de Luis Rubiales e sua comitiva profissional para justificar e aprovar os fatos", disse a promotoria em sua denúncia à Audiência Nacional.
Vídeo para mostrar a verdade
O ex-presidente da RFEF, Luis Rubiales, testemunhou em 15 de setembro perante o juiz, reiterando, de acordo com fontes da promotoria, que o beijo foi consensual, o que foi refutado pela advogada de Hermoso, Carla Vall, afirmando que "não foi um beijo consensual".
"Graças a esse vídeo, o mundo inteiro, o país inteiro, pôde observar como não houve consentimento", acrescentou ela, referindo-se às imagens da cerimônia de entrega de medalhas na Copa do Mundo da Austrália, onde o evento ocorreu.
A ação provocou um escândalo internacional e um protesto das jogadoras da seleção espanhola em defesa de sua companheira de equipe.
O juiz deve ouvir na quinta-feira o testemunho da chefe de imprensa da equipe nacional feminina, Patricia Pérez, e do ex-diretor de integridade, Miguel Caba.
O juiz também ordenou que as jogadoras da seleção Alexia Putellas, Misa Rodríguez e Irene Paredes prestem depoimento como testemunhas em 2 de outubro.