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Luís Castro se revolta com tropa de choque no gramado do Mané Garrincha

Daniel Ottoni
Luís Castro assumiu responsabilidade por atuação do seu time em campo
Luís Castro assumiu responsabilidade por atuação do seu time em campoVítor Silva/Botafogo
O técnico português Luís Castro, do Botafogo, não escondeu toda sua revolta com situações extracampo no clássico do último sábado (25) contra o Flamengo, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Em boa parte do jogo, os ânimos dos jogadores estiveram exaltados, com o árbitro Tarcizo Pinheiro Caetano tendo atuação confusa, sem conseguir manter a disciplina dos jogadores.

No fim do jogo, três jogadores do Botafogo foram expulsos, situação parecida com a que havia acontecido na rodada anterior, contra o Vasco. As ríspidas reclamações dos botafoguenses deixaram o ambiente agitado nos instantes finais, aliadas a uma invasão de campo, que fez policiais militares serem acionados para entrar no gramado. A atitude pareceu exagerada diante do contexto que se formou. 

Os membros da tropa de choque entraram no campo sem saber o que fazer antes de serem retirados. Enquanto estavam dentro das quatro linhas, Luís Castro fez questão de se aproximar da tropa para mostrar seu descontentamento com a presença no local de trabalho dos jogadores. 

Depois do jogo, o treinador mostrou sua revolta na coletiva de imprensa. "Temos outros países e até continentes vendo este jogo. Qual a imagem que o futebol brasileiro passa para a Europa? O espaço ali é esportivo e não da polícia. Vemos jogos de outros campeonatos e não vemos policiais em campo, com exceção, talvez, da Libertadores", afirmou.

Partida terminou com vitória do Flamengo por 1 a 0
Partida terminou com vitória do Flamengo por 1 a 0Vitor Silva/Botafogo

"Os stewards estão nos torneios de todo o mundo. Foi uma vergonha o que se viu, é sempre uma vergonha quando a polícia entra em campo. A CBF não deveria permitir tropa de choque no gramado, é uma imagem péssima. A mensagem que mandamos para o mundo é que somos selvagens, e isso não é verdade. Somos pessoas honestas intelectualmente e sabemos o que fazer dentro de campo" protestou o treinador.

Contido

Após o jogo, ele foi reclamar com o árbitro, sendo contido de forma não amigável pelos policiais. "Fui empurrado pela polícia com bastões. Isso não pode acontecer com alguém que faz parte do jogo, como um treinador. Eu não iria agredi-lo, roubar ou cometer um assassinato. Se eu fosse insultá-lo, existe a justiça desportiva para me punir.

"A imagem que deixamos neste domingo foi horrível, foi algo que nunca deveria acontecer", comentou. O técnico ainda reclamou de falta de critério do árbitro, quando foi insultado por jogadores dos dois times, expulsando somente os botafoguenses. 

Sobre a atuação do time em campo e também sobre a postura exacerbada de seus jogadores, o treinador assume total responsabilidade. "A culpa pela derrota é minha, sou o líder e assumo. Mas cada agente do jogo precisa fazer o mesmo", completou.