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Cubano do wrestling, Mijaín López faz história com quinta medalha de ouro consecutiva

Mijaín se aposentou em grande estilo
Mijaín se aposentou em grande estilo Profimedia
O lutador cubano Mijaín López realizou uma façanha nunca antes vista nos Jogos Olímpicos nesta terça-feira (6), ganhando cinco ouros na mesma modalidade individual, e emocionou o público de Paris ao deixar seus tênis no tatame para se despedir de uma carreira lendária.

O colosso da luta greco-romana (ou wrestling) completou sua façanha na final da categoria até 130 kg, na qual derrotou o chileno Yasmani Acosta por um placar retumbante de 6 a 0.

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Sob os aplausos dos 7.000 espectadores no ginásio Campo de Marte, López levantou seus dois treinadores e, em uma imagem que ficará na memória desses Jogos, ajoelhou-se para tirar seus sapatos escuros, beijá-los e colocá-los no centro do tatame, o ritual de aposentadoria dos lutadores.

Mijaín entrou para seleto grupo de vencedores olímpicos
Mijaín entrou para seleto grupo de vencedores olímpicosFlashscore / Enet Pulse

O presidente do Comitê Olímpico, Thomas Bach, estava presente em frente à Torre Eiffel para reconhecer o icônico lutador. "A missão foi cumprida", disse Mijaín com um enorme sorriso.

"Eu decidi esse momento nesses mesmos Jogos", disse ele sobre seu gesto final. "Já dei o máximo da minha carreira esportiva. As próprias sessões de treinamento e as lutas com adversários mais jovens estavam me dizendo que era hora de dizer adeus, e que esta era a melhor oportunidade de ganhar meu quinto ouro olímpico."

Aplaudido durante a luta com gritos de "López, López", o cubano explorou sua incomparável experiência, força e agilidade para superar Acosta, que trouxe ao Chile sua segunda medalha nesses Jogos.

Acosta, nascido em Cuba, deixou a ilha em 2015 pela falta de oportunidades diante da gloriosa carreira olímpica de Mijaín que, ainda assim, manteve o relacionamento e continuou a lhe dar conselhos durante o próprio torneio de Paris.

"Tenho uma mistura de muitos sentimentos", reconheceu Acosta após a derrota. "A gente sempre quer ganhar o ouro, mas ao mesmo tempo estou feliz porque Mijaín López, a lenda da luta livre mundial, se aposentou comigo".

Invicto desde Pequim-2008

O gladiador da pequena cidade de Herradura encerrou, como desejava, uma jornada olímpica na qual não foi desafiado desde sua única derrota na estreia em Atenas 2004.

Em seguida, ele conquistou títulos em Pequim 2008, Londres 2012, Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2020.

Esse pôquer de ouros o colocou em um clube exclusivo ao lado dos nadadores Michael Phelps (200m livre) e Katie Ledecky (800m livre), dos atletas Carl Lewis (salto em distância) e Alfred Oerter (lançamento de disco), todos americanos, além do dinamarquês Paul Elvstrom (vela) e da japonesa Kaori Icho (luta livre).

Na segunda-feira, em Paris, Mijaín conquistou seu próprio lugar no Olimpo das Olimpíadas e saiu com incríveis 22 vitórias e uma derrota.

Triunfo anunciado

O triunfo do medalhista de ouro de 130 kg, que completará 42 anos em duas semanas, foi comemorado com vivas e aplausos em Herradura, o pequeno vilarejo cercado por colinas, casas humildes e ruas empoeiradas onde ele aperfeiçoou seu físico prodigioso trabalhando no campo.

Mijaín havia prometido a seus compatriotas esse pentacampeonato que seus próprios rivais consideravam quase inevitável.

Sua condição física prodigiosa e seu talento permitiram que ele superasse seus quatro adversários em Paris, incluindo o campeão mundial Amin Mirzazadeh, apesar de não competir desde Tóquio 2020 para proteger um físico que, de acordo com seu treinador Raúl Trujillo, sofreu quatro hérnias de disco.

Um símbolo de Cuba

Os sucessos de Mijaín também representam um bálsamo de esperança para o esporte cubano, que até agora não tinha conseguido ganhar uma medalha de ouro em Paris.

Os resultados da antiga potência olímpica estão em declínio, afetados pela situação econômica da ilha e pela saída de muitas de suas estrelas.

Ao contrário de campeões olímpicos como os boxeadores Andy Cruz e Guillermo Rigondeaux, Lopez permaneceu na ilha que o reverencia e sempre defendeu o legado esportivo da Revolução Cubana.

Se em 2021 ele dedicou seu quarto ouro em Tóquio ao falecido Fidel Castro, na terça-feira ele foi parabenizado por telefone pelo atual presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

"Sinceridade e humildade são muito importantes na vida para alcançar resultados como os que eu alcancei", enfatizou Mijaín, que agora espera continuar envolvido com o esporte.

"Treinar lutadores e trabalhar com jovens é o que eu gostaria de fazer", disse ele. "Sempre quero trabalhar no esporte".