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Luto eterno: morre Pelé, o Rei do Futebol, aos 82 anos

Atualizada
Luto eterno: morre Pelé, o Rei do Futebol, aos 82 anos
Luto eterno: morre Pelé, o Rei do Futebol, aos 82 anosAFP
O mundo perdeu Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. O Rei do Futebol, considerado o maior de todos os tempos, faleceu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos, em São Paulo, com falência múltipla dos órgãos. O eterno camisa 10 da Seleção Brasileira lutava contra um câncer no cólon.

Pelé estava internado desde 29 de novembro, quando deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein para acompanhar o tratamento do câncer, descoberto em agosto de 2021. Na última quarta-feira (21), a equipe médica informou que a doença havia progredido, com necessidade de maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca.

A origem

Pelé nasceu na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, e ganhou o mundo ainda adolescente. Dali sairia o maior jogador de todos os tempos, com um talento inigualável, responsável até mesmo por interromper uma guerra. 

Foi em Bauru, aos 13 anos de idade, que o futebol de Pelé foi apresentado aos privilegiados que viram seus primeiros toques na bola pelo Baquinho, time de base do Bauru Atlético Clube. A qualidade foi notada de imediato nos gramados do interior paulista — e também nas quadras.

Após o fim do Baquinho, em 1955, alguns dos integrantes formaram uma equipe de futebol de salão, quando o desafio de atuar em um espaço reduzido foi tirado de letra pelo pequeno Edson. Contra adversários da mesma idade e até mais velhos, Pelé se destacava ao ser artilheiro de vários torneios e protagonizar goleadas homéricas.

Chegada ao Santos

Regras como impedi-lo de passar do meio da quadra nos jogos de futebol de salão foram criadas para tentar diminuir o estrago que provocava nos adversários. Convites de times de futebol de campo apareceram e foram recusados, antes do técnico Waldemar de Brito sugerir a ida ao Santos Futebol Clube.

Pelé é o maior atleta da história do Santos
Pelé é o maior atleta da história do SantosProfimedia

A mãe de Pelé, dona Celeste, precisou ser convencida para autorizar a ida do filho para uma cidade grande.  A presença de Pelé em Santos seria um divisor de águas na sua história, dentro e fora dos gramados. O município no litoral paulista foi adotado de vez por ele após a aposentadoria.

Pelé anotou um total de 1.283 gols em 1.363 jogos, em 19 anos de carreira profissional. O recorde mundial está no Guinness e inclui gols em partidas amistosas e não oficiais.

História na Seleção

Nunca antes houve — e provavelmente não haverá — um atleta de futebol como Pelé: finalizador eficiente com as duas pernas, exímio cabeceador, driblador, com bom porte físico e extremamente inteligente.

Pelé é o único jogador tricampeão da Copa do Mundo. Ele conquistou as taças de 1958, 1962 e 1970 com a Seleção Brasileira. O craque mostrou seu talento ao mundo com apenas 17 anos, na Suécia, em sua primeira participação em Mundiais.

Em solo sueco, Pelé estreou somente na terceira partida, quando o Brasil precisava vencer para avançar de fase. Após dar assistência para o gol de Vavá, o camisa 10 não saiu mais do time e começou uma trajetória duradoura e vitoriosa com a Seleção. Foram quatro participações de Pelé em Copas — a edição de 1966 foi a única em que ele não levou o Brasil ao título.

Pelé é o único jogador tricampeão mundial da história
Pelé é o único jogador tricampeão mundial da históriaProfimedia

Pelo Santos, único clube brasileiro em que atuou, ganhou tudo, entre Paulistas, Libertadores e Mundiais. Os torcedores santistas tiveram o privilégio de contar com o melhor jogador do mundo entre 1956 e 1974. 

Pelé tornou-se o mais jovem a marcar pela Seleção, aos 16 anos e nove meses, em 1957. A despedida do time nacional aconteceu em 1971. 

Despedida nos EUA e honrarias

O que era para ser o fim da linha, em 1974, tornou-se um respiro final para defender o Cosmos, de Nova York, em 1975. A ideia passava também pela contribuição que Pelé daria ao desenvolvimento do futebol nos Estados Unidos. A média de público da liga norte-americana aumentou consideravelmente, e a presença do craque foi responsável por três quebras de recorde.

A representatividade de Pelé no meio esportivo será eterna. Com a camisa 10 nas costas, era sinônimo de respeito dos adversários, que sabiam estar diante de uma lenda. Quando se aposentou, o gênio deixou uma lacuna que nunca mais foi preenchida, apesar de comparações com outras referências, como Maradona e, agora, Messi

O reconhecimento por tudo que fez nos gramados percorreu toda a vida de Pelé após a aposentadoria. Em 2000, foi eleito Jogador do Século pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). O brasileiro também foi um dos vencedores do prêmio Personalidade do Século da FIFA, ao lado de Franz Beckenbauer. Ainda na virada do milênio, Pelé foi eleito Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional (COI)

Guerra paralisada

Em 1969, Pelé era considerado o melhor jogador do mundo em atividade, com o Santos recebendo diversos convites para apresentações dentro e fora do país. Um desses teve um significado especial, na Nigéria.

Apesar da guerra que acontecia na cidade de Benin, considerada uma zona de conflito, o Santos fechou acordo para se apresentar com Pelé em campo. A partida amistosa com a seleção do centro-oeste do país africano fez a guerra ser interrompida, para que muitos dos que estavam no meio da batalha comparecessem ao estádio para ver o Rei jogar

O Santos venceu por 2 a 1, com gols de Edu e Toninho Guerreiro, mas o placar ficou em segundo plano diante da representatividade do que Pelé havia feito em território africano. 

O Santos, em setembro de 2022, lançou uma camisa 3 em homenagem à partida histórica. O uniforme conta na parte da frente com a frase "Juntos pela Paz, Juntos pelo Futebol Alegre"; na parte de trás as frases são "Nigéria 1969" e "O Dia em que a Guerra Parou".

Acompanhe a cobertura da despedida de Pelé