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Mané chega ao Mundial do Catar com status de "rei" de Senegal

AFP
Mané chega ao Mundial do Catar com status de "rei" de Senegal
Mané chega ao Mundial do Catar com status de "rei" de SenegalProfimedia
Nascido na região de Casamansa, em Senegal, Sadio Mané se transformou no líder que levou a seleção de seu país à conquista da Copa Africana de Nações (CAN) em 2021 e agora mira objetivos maiores no Mundial no Catar.

O jogador, que era conhecido no início de sua carreira como 'Ballonbuwa' (O mago da bola), entrou para a história de seu país ao levar os 'Leões da Teranga' à conquista do seu primeiro título na CAN, após uma emocionante disputa de pênaltis na final contra o Egito.

Não satisfeito com o resultado, liderou seu time a mais uma vitória decisiva contra os mesmos 'Faraós', nas eliminatórias para a Copa do Mundo.

Essa temporada mágica lhe rendeu o segundo lugar no Bola de Ouro, a melhor classificação para um senegalês até então, e motiva o atacante de 30 anos a aprimorar o histórico de seu país na competição, que chegou às quartas de final na edição de 2002.

Carreira cheia de obstáculos

Em 2017, Mané perdeu um pênalti contra Camarões, que viria a ser campeão, nas quartas de final da CAN, o que causou revolta entre torcedores senegaleses, que jogaram pedras em seu carro e em sua casa em Dacar.

Tempos depois, o jogador foi criticado por não ter correspondido às expectativas na Copa de 2018, tendo marcado apenas um gol e, no ano seguinte, pela atuação sem brilho na derrota para a Argélia naquela edição do campeonato africano.

Mas esses obstáculos não impediram o desejo do 'Mago da bola' de conquistar a Europa e seu país natal.

"No lugar onde nasci, para se tornar um jogador de futebol você tem que sacrificar tudo", diz o camisa 10 no documentário 'Sadio Mané, feito em Senegal', da Rakuten TV.

Durante a infância, o senegalês viveu momentos difíceis, como a morte de seu pai quando ele tinha sete anos de idade, mas o amor pelo futebol e o sonho de se tornar um jogador sempre falaram mais alto.

Inspirados pelas imagens da épica classificação às quartas de final da Copa de 2002, após derrotarem por 1 a 0 a então campeã França, Mané e seus amigos jogavam futebol em campos de terra batida, muitas vezes sem uma uma bola, o que os obrigava a improvisar com toranjas.

"Uma longa viagem"

Quando adolescente, ele fugiu de casa para tentar a chance em uma peneira em Dacar.

"Foi realmente uma longa viagem", recorda sobre o momento, confessando que atravessou a fronteira com a Gâmbia sem carteira de identidade, apenas com os seus documentos de estudante.

“Quando voltei para a cidade foi o pior dia da minha vida, odiei minha família. Disse 'ok' para estudar mais um ano e nada mais, e eles respeitaram minha decisão”, conta Mané, continuando sua história. "Agora acabou, é futebol, futebol, futebol", acrescentou.

Sua promessa foi cumprida quando o jovem ingressou na escola Génération Foot e em sua primeira partida marcou quatro gols. "Acho que eles ficaram impressionados", ressaltou.

Não demorou muito para que o prodígio assinasse com o Metz, da França, em 2011. Mas sua chegada à Europa não seria livre de problemas. Ele desembarcou no país com uma forte pubalgia e optou por não comunicar ao seu novo clube com medo de que o mandassem de volta para Senegal.

"Eu chorava muito no vestiário (...) Vai ser difícil realizar o meu sonho com esta lesão, pode ser o fim da minha carreira", confessou Mané.

Oito meses depois, o jogador estava recuperado e pôde dar início a uma impressionante jornada na Europa que posteriormente iria sacudir o Liverpool de Jurgen Klopp.

Mas aquele menino, hoje craque do futebol mundial, não esqueceu de sua terra natal, onde construiu uma escola e um hospital. Este envolvimento foi reconhecido com o Prêmio Sócrates durante a última edição do Bola de Ouro, modalidade atribuída a profissionais do futebol comprometidos com causas sociais.

"Ele é generoso", explica Aliou Cissé, técnico da seleção senegalesa. "Investe em seu país, cria empregos, tem um grande coração", completou.

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