Mbappé deixa Copa do Mundo sem taça, mas ainda maior do que entrou
Entre uma performance arrebatadora e a tristeza pela taça que não veio, a certeza de que Mbappé terá ainda um longo caminho de glória pela frente. Com a camisa 10 nas costas, ele foi o principal expoente de uma trajetória que marcou o segundo Mundial seguido com os Bleus no pódio.
Contra uma Argentina sufocante até onde resistiu, Mbappé foi acuado. Sua atuação pela esquerda do ataque francês foi comprometida, especialmente no primeiro tempo, quando os Bleus não fizeram uma finalização sequer.
Mas, no segundo tempo, com pouco espaço e com as brechas que teve, Mbappé foi letal. Ele comandou as finalizações, encerrando a partida com seis e guardando três. Numa decisão de Copa, o francês fez um hat-trick e esbanjou toda sua personalidade. Por um tempo, pensou-se que seria possível aos franceses a ilusão do segundo título seguido. Mas existiam do outro lado nomes como Messi e "Dibu" Martínez prontos para acabar com o sonho.
Um jogo duro para Mbappé, que há quatro anos havia sorrido na Rússia, quando, com outra performance digna de craque, irrompeu como um talento nato em um 4 a 3 da França nas oitavas de final, que marcou a trajetória daquela conquista. Desta vez, o desfecho da história não teve final feliz para Mbappé, mas ele sai desta Copa ainda maior do que entrou.
Aos 23 anos, o garoto de Bondy, uma cidade-satélite de Paris, se tornou o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Copa do Mundo. Além disso, em dois Mundiais, ele acumula a honra de quatro gols em uma partida derradeira da competição, superando ícones como Zidane e Pelé. As derrotas também ensinam. E Mbappé poderá extrair muita coisa desta decepção para a sequência de sua carreira.