Messi, enfim, no Olimpo, recebe bastão de Maradona e é assunto aos céus
Para Messi não há espaço pequeno ou grande, não há distância curta ou longa. O silêncio que antecede à tempestade. Parado em seu canto, andando quem sabe pelo campo, ele enxerga lá longe. E quando a bola chega aos seus pés, a mágica então acontece. Ele é um ser imprevisível. Um extraterrestre. A 10 lhe cai bem às costas, fazendo, de forma irrefutável, ressuscitar a mística do número que marca os craques.
Ele está um passo adiante, um pensamento à frente. Messi é a representação do jogo bonito. E por mais que muitos o criticassem pela formação catalã em La Masia, Messi nunca deixou sua alma caminhar distante de suas raízes. E ele só poderia ser argentino. De corpo, de mente e, claro, de alma.
Gritou, chorou, provocou, alentou. Cantou. A plenos pulmões.
Não há dúvidas de que somos privilegiados por termos visto um jogador do patamar de Messi em nossa geração. Um fenômeno que reluz de tempos em tempos e que nos ilusiona. O futebol e seus ícones. E se para lendas existirem, a necessidade de se vencer uma Copa é requisito, Messi, enfim, concluiu a demanda.
Nada mais o falta.
Bendita seja a Copa por ter Messi como um de seus heróis. E protagonista. Em 2014, o Mundial bateu na trave. O camisa 10 sofreu. Esteve ali tão próximo. Mas nada como o tempo, como a insistência. Messi pensou em desistir da Albiceleste. Anunciou uma aposentadoria. Mas logo a ideia foi demovida.
Todos nós temos um sonho. E Messi não desistiu dele. Toda a promessa passa pelo teste do tempo. E o camisa 10 argentino esperou. Mas do Catar, esta promessa não passou. Diante de uma seleção francesa talentosa, a então atual campeã do mundo, Messi viu seu último obstáculo e diferentemente de oito anos atrás, no Brasil, desta vez a taça não lhe escapou.
Um ato final retumbante. O craque da Copa. O craque de uma geração. Por anos, a Argentina esperava um "Messias" pós-Maradona e como em um ato profético, Messi cumpriu seu destino. Trinta e seis anos depois. A Argentina, de Messi, é tricampeã do mundo.