Se Maradona é um deus absoluto entre os argentinos, Messi segue trilhando seu caminho em busca do Olimpo. No jogo 1000 de sua carreira, o camisa 10 não poderia passar em branco, comprovando o nível técnico superior aos demais. Qualquer espaço para um gênio é suficiente para que o gol, o maior momento do futebol, aconteça. Messi já vinha flertando com as redes, por vezes caçado, por vezes marcado, mas quando a bola chega aos seus pés, o perigo é iminente.
Foi assim no primeiro gol argentino. Ele mesmo fez a jogada pela direita, se encaminhou para a área e na ajeitada de Otamendi, chutou rasteiro, encontrando o cantro direito do gol defendido por Matt Ryan. E não se pode brincar na frente de um time tão habilidoso e mortal como a Argentina.
Na etapa final, o goleirão Ryan tentou sair jogando com os pés e demonstrou toda sua falta de habilidade. Pressionado pelo ataque argentino, o arqueiro não conseguiu se desfazer da bola e Julián Álvarez se aproveitou para recuperar e chutar no gol vazio, fazendo o segundo gol da Albiceleste.
Os australianos não fizeram feio. Pelo contrário. Deram um calor nos argentinos, mostrando competência na marcação e, por pouco, não jogaram a Albiceleste nas cordas. Aos 31 minutos do segundo tempo, após Otamendi cortar, a bola sobrou para Goodwin. O australiano finalizou com força, a bola desviou em Enzo Fernández e morreu no fundo das redes de Martínez.
É claro que os argentinos poderiam ter feito mais um, dois. Só Lautaro Martínez desperdiçou ao menos duas chances claras. Mas os australianos foram valentes e engrossaram o caldo no final, com duas jogadas que poderiam decretar um empate. Na última, Kuol recebeu dentro da área, fez o giro para cima da marcação e finalizou com força. Martínez se jogou na bola e evitou o que parecia ser um gol certo, recebendo o abraço dos companheiros, garantindo o 2 a 1 e a consequente classificação às quartas de final.
O que vem a seguir?
Argentina e Holanda se enfrentarão na próxima sexta-feira (9), às 16h (de Brasília), no estádio Lusail. Um jogo, por si só, histórico em Mundiais. O último encontro aconteceu em 2014, com a Argentina levando a melhor nos pênaltis e avançando à grande decisão daquela Copa, vencida pela Alemanha por 1 a 0, na prorrogação.