Mundo árabe se volta para o Marrocos, seu último representante na Copa

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Mundo árabe se volta para o Marrocos, seu último representante na Copa

Torcedora marroquina celebra em Paris classificação para as quartas do Mundial
Torcedora marroquina celebra em Paris classificação para as quartas do MundialAFP
Longe das tensões geopolíticas, o torcedor argelino Omar Boubaker apoia a seleção do Marrocos, assim como grande parte do mundo árabe, que se volta para este país norte-africano, o último que o representa na Copa do Mundo do Catar e que disputará no sábado (10), pela primeira vez em sua história, as quartas de final.

"Marrocos é como Argélia! Espero que cheguem longe", afirma este comerciante de Orã, de 50 anos, que viajou para Doha para assistir à primeira Copa do Mundo de futebol realizada no mundo árabe.

As relações extremamente tensas entre Rabat e Argel não impediram os argelinos, assim como inúmeros torcedores árabes, de celebrarem na última terça-feira (6) a vitória do Marrocos contra a Espanha, o que o levou às quartas de final, um feito nunca alcançado por uma equipe da região.

"A política é para os políticos", diz Boubaker, que espera ver o Marrocos conquistar a Copa do Mundo. "Tudo é possível!", garante ele, enquanto a imprensa de seu país fala do sucesso da nação vizinha.

Localizado no extremo-oeste do mundo árabe, o Marrocos costuma ser visto como um país à parte na região, com uma cultura particular e um dialeto considerado difícil. Mesmo assim, os Leões do Atlas têm seduzido torcedores do Líbano, Líbia, Síria, Tunísia e países do Golfo.

Com a aproximação das quartas de final contra Portugal, a bandeira vermelha com uma estrela verde tremula por toda Doha, enquanto o Catar não para de se parabenizar por sediar uma Copa do Mundo em nome de todos os árabes.

"Sonho árabe"

O gol da vitória da equipe de Achraf Hakimi causou comoção de Idleb (Síria) a Sanaa (Iêmen), passando por Beirute (Líbano) e Bagdá (Iraque), em uma região abalada por conflitos sangrentos, estagnação econômica e onde as boas notícias são escassas.

O estudante marroquino Usama Qablani, que viajou sozinho de Paris para torcer pelos Leões, diz que logo deixou a solidão para trás, graças à "unidade árabe" em torno de sua seleção, com "a impressão de estar em Casablanca, ou Rabat".

"O clima que une os árabes aqui é único e inédito", celebra o jovem de 26 anos, vestindo uma faixa vermelha de sua seleção, enquanto um torcedor jordaniano o aplaude: "Vamos vencer! Vamos vencer!".

No Souq Waqif, um dos locais mais frequentados por torcedores em Doha, bandeiras e lenços marroquinos são vendidos como água, segundo os vendedores. Entre os clientes, Mohi Khaled, vestido com as cores vermelho e verde, tenta comprar ingressos para a próxima partida.

"O Marrocos reflete um lindo sonho árabe que deixa todos nós felizes", afirma uma adolescente egípcia de 16 anos, em frente a uma loja de camisetas e bandeiras.

"Parece que o mundo inteiro está conosco", comemora Aicha, uma marroquina de 60 anos que não quis revelar seu sobrenome, enquanto janta em um restaurante libanês.

Marrocos e Portugal se enfrentam pelas quartas de final da Copa neste sábado (10).