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Mundo do esporte se abre aos benefícios dos produtos à base de cannabis

Mundo do esporte se abre aos benefícios dos produtos à base de cannabis
Mundo do esporte se abre aos benefícios dos produtos à base de cannabisProfimedia
O assunto ainda pode ser precoce, principalmente no Brasil, precisando desbancar preconceitos e visões tradicionalistas. Mas é fato que o uso de produtos à base de cannabis, princípio ativo da maconha, trazem uma série de benefícios para o mundo esportivo. Atletas que atuam no mais alto nível deixaram de lado qualquer impressão que a sociedade possa ter para focar na sua evolução e no seu bem-estar, priorizando a recuperação e o desempenho dentro de quadras, pistas, piscinas, etc.

A primeira coisa que precisa ficar clara é que tratam-se de coisas distintas. Não é porque produtos são extraídos da cannabis que os mesmos possuem relação direta com a droga, fazendo quem os consome incorrer na possibilidade de doping. Apesar de terem a mesma origem, o canabidiol (CBD) e o THC são diferentes.

O primeiro não é considerado doping pela Wada, a Agência Mundial Antidoping desde 2018. A entidade permite uma concentração de até 150 ng/mL de THC na urina do atleta.Enquanto na Europa e EUA sua utilização já se mostra frequente e longe de preconceitos, no Brasil algumas barreiras ainda estão sendo derrubadas, pouco a pouco.

Nestes locais, a cannabis medicinal é comercializada de forma legal. Para opinar, criticar e avaliar, é preciso ter acesso a um poderoso produto: informação de qualidade, que dê aos interessados a certeza de que estão diante de dados verídicos e de credibilidade, superando opiniões baseadas em o que alguém pensa ou falou por aí. 

"Em 2017, estive no Texas para uma competição de crossfit e vi que os medicamentos à base de cannabis eram uma realidade por lá. Vejo que, até hoje, é um assunto cheio de estigmas e achismos pela maior parte da população. Depois que as RDCs foram criadas, me senti mais segura nas prescrições, não pela dúvida com relação à medição, mas por ter respaldo na legislação", comenta Renata Martins, especialista em Nutrologia pelo Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte e que trabalha com canabinoide há quatro anos.

RDC's são resoluções que permitem o registro de medicamentos, autorizando que os produtos de Cannabis possam chegar mais rapidamente aos pacientes que tenham prescrição para uso desses produtos. Para Martins, é questão de tempo para que uma maior aceitação e um olhar mais cuidadoso, sem estigmas, aconteçam.  

"Estudos robustos, profissionais sérios e informação de qualidade científica vão influenciar diretamente neste processo. É muito interessante e benéfico conseguimos extrair várias possibilidades a partir de um princípio ativo. A literatura ainda é prematura e faltam estudos mais robustos. Mas isso é questão de tempo, em breve teremos vários trabalhos bem desenhados, inclusive no auxílio de terapias antiobesidade", destaca. 

Propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, além da longevidade, estão entre os benefícios dos produtos CBD no meio esportivo, assim como alívio e controle da dor, recuperação mais rápida e aumento da resistência. As dosagens para os atletas devem ser individuais, indo de acordo com a necessidade do treino e seu tipo de rotina. 

Atletas não demoraram a sentir os benefícios 

Em diferentes modalidades, existem exemplos de atletas que usam medicamentos à base de canabinoides, percebendo as vantagens com poucas semanas, dentro e fora de quadra. No Brasil, o jogador de basquete Ricardo Fischer é um deles, assim como o ex-tenista Bruno Soares, que se aposentou recentemente das quadras. Mesmo usando há pouco tempo os produtos à base de cannabis, Fisher já sente os benefícios.

"Eu sentia muita ansiedade, tinha dificuldades para dormir e sofria com pequenas lesões musculares. Tudo melhorou. Sinto-me mais descansado, minha recuperação é melhor, assim como o sono e a ansiedade. Só encontrei qualidade de vida", agradece.  

Fisher sabe que, especialmente no Brasil, o preconceito segue presente, precisando de novos casos e exemplos para ser combatido. "O que pega é a falta de informação. Pela nossa cultura, quando fala-se em cannabis, a ligação é direta com o fumo. Mas estamos falando de uma planta milenar com milhares de benefícios. Fico feliz em estar ajudando a divulgar cada vez mais as vantagens", conta.  

Soares vai na mesma linha de pensamento, ciente de que uma porta de entrada foi aberta, com um caminho sem volta por vir. Ele tomou conhecimento por veio do skatista brasileiro Bob Burnquist, que foi tema de uma matéria falando dos benefícios.

"Não tive receio de usar, até porque me aprofundei, procurei saber sobre, conversei com muita gente. As respostas eram sempre positivas. Fui abastecido de artigos e tudo isso tirou meu receio de usar. Três coisas comuns na vida do ser humano têm a contribuição dos medicamentos à base de cannabis: sono, ansiedade e inflamação. Até onde sei, não faz mal nenhum", relata. 

Exemplos, envolvimento e investidor

Outros esportistas brasileiros que fazem uso dos produtos que contém canabinoide são Lais Nunes, do wrestling, o skatista Pedro Barros e o maratonista Daniel Chaves. Fora do país, o número é ainda maior, com a jogadora de futebol dos EUA Megan Rapinoe sendo uma das que defendem o uso da substância. Bruno ficou impressionado com a receptividade das pessoas quando divulgava seu conhecimento e suas experiências. O medo de algumas pessoas resistirem à ideia acabou não aparecendo.

Rapinoe é uma das estrelas internacionais que aderiram ao uso dos produtos CBD
Rapinoe é uma das estrelas internacionais que aderiram ao uso dos produtos CBDProfimedia

"Muita gente me procurou pra saber mais, para entender melhor. Um lado bom é parar de consumir medicamentos sintéticos, que costumam gerar efeitos colaterais, me sinto muito melhor. Na Europa e EUA, as pessoas estão mais acostumados com esse tipo de coisa, esse movimento tem crescido no Brasil. É nosso papel levar conhecimento e acesso para todos entenderem melhor do que se trata. Temos uma margem grande de evolução quanto a isso", afirma.  

O envolvimento de Bruno com o assunto foi tanto que ele decidiu investir em uma empresa do ramo, com ele acompanhando as notícias e novidades sobre o que envolve os produtos à base de cannabis. "Demorou muito para a regularização acontecer. A tendência é de ser cada vez mais aceito, faz parte da saúde das pessoas. Estamos falando de produtos naturais, é questão de tempo para uma aceitação cada vez maior", garante.