Aos 25 anos, ele foca em estar na final de provas que são sua especialidade: 200m, 400m e 800m livre. Nesta última prova, Guilherme foi finalista nos Jogos de Tóquio, terminando na 8ª posição.
A vaga nos 1500 acabou não se confirmando, o que o desanima nem tira suas credenciais para chegar a uma final. O nadador chega para os Jogos de Paris sonhando com uma medalha e tendo como uma das motivações ser o atual recordista sul-americano nas provas de 400m, 800m e 1.500m livres.
Cachorrão tratou de direcionar seus treinos para provas de média e longa distância assim que percebeu que seu desempenho melhorava em disputas de maior duração. "Eu fazia melhor os treinos de fundo, existia uma facilidade pra isso. Sempre gostei destas provas e foi fácil tomar a decisão", afirma, sem deixar de admitir uma predileção pelos 400m livre.
Comparação saudável
A presença fora do país, treinando ao lado de atletas estrangeiros, o fez abrir os olhos para uma realidade que já estava presente. Cachorrão pôde constatar que seu caminho era bem percorrido, tendo a certeza que estava na direção certa.
"A virada de chave pra mim foi quando percebi que não devia nada a ninguém. Eu treinava tanto ou melhor que todos, vi que estava no mesmo nível deles.
"Não tinha porque fazer provas diferentes, passei a não aceitar mais ficar atrás. Comecei a ir melhor nos treinos de intensidade, soube tirar o meu melhor nas competições ao longo do tempo", salienta.
Nos últimos anos, Cachorrão se colocou entre os grandes fundistas do mundo, ciente que suas chances são reais se apresentar seu melhor rendimento. "Me sinto pronto para ser um medalhista. O trabalho já foi feito, terei apenas que fazer alguns ajustes.
"Tudo que fiz até aqui foi pensando neste pódio. A preparação foi digna disso, agora só me resta ir lá e pegar essa medalha", projeta.
Uma forma de se manter focado é sempre mentalizar o tempo que o colocaria na história. "O tempo que costumo imaginar é o 3´39, recorde mundial dos 400m. Mas tento não pensar nele demais, o mais importante é vencer. Não quero nadar forte e não vencer, estar no topo do pódio é minha prioridade", diz.
Maratona aquática
A facilidade de Cachorrão para nadar longas distâncias o fez receber a sugestão de disputar provas de maratona aquática, que conta com provas a partir dos 5km. Em Paris, ele estará presente nos 10km, sabendo que o cenário ali é bem diferente de uma piscina.
"Tive muito aprendizado com a maratona, aprendi ter controle sobre o que estava fazendo. Nesta prova, não se pode errar na estratégia, tem a questão do contato físico ser muito grande, é algo totalmente diferente. Tomei gosto pela competitividade que existe, não existe limite de espaço, é realmente um outro esporte", garante.